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Motor a diesel menos poluente deverá atrasar

A Petrobras garante que conseguirá fornecer o diesel necessário aos novos motores. Mas os fabricantes de veículos argumentam que as especificações do óleo chegaram com dois anos de atraso.
O diferencial nessa nova etapa do programa que começou a reduzir o teor de enxofre do diesel em 1993 é que os motores exigem uma tecnologia muito mais avançada e só funcionarão com um tipo de combustível especial ainda não disponível no mercado brasileiro.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinou que os caminhões fabricados a partir de 2009 terão que obedecer à nova norma, que se alinha aos atuais padrões de controle de emissões de poluentes na Europa.
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que a estatal estará pronta para suprir a demanda se os novos motores estiverem de fato prontos. “Não haverá benefício nenhum se a frota não estiver adequada para receber o novo combustível”, declarou.
Segundo Costa, a Petrobras vem se preparando há três anos, com investimentos que somam R$ 9 bilhões entre 2008 e 2012 para a construção de 12 unidades de tratamento de combustível nas refinarias.
O diesel que atende à próxima etapa do Conama é o chamado 50 ppm (partes por milhão). Na maior parte do país o diesel disponível é o 2 mil ppm e nas principais regiões metropolitanas o nível cai para 500 ppm. Costa lembrou que em 2010 a demanda de diesel chegará a 41% do total do consumo de combustíveis no país.
A indústria automobilística conhece a nova tecnologia porque já oferece caminhões menos poluentes nos seus países de origem. Mas argumenta que conhecer as especificidades do produto com antecedência para adequar a tecnologia à realidade brasileira.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marco Saltini, lembrou da existência da lei federal 8.723, que dá amparo ao programa, e que determinou que as especificações do combustível deveriam chegar 36 meses antes do início da nova etapa. No entanto, a resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP) só foi divulgada no dia 16 de outubro. Isso significa que se a regra for seguida à risca, a nova etapa do programa só entraria em vigor em novembro de 2010.
“Esse atraso não nos impede, porém, de buscarmos uma solução negociada entre as partes”, afirmou Saltini. “O importante é não criarmos confronto numa questão que envolve o meio ambiente”, completou.
A preocupação de cada parte envolvida é não ser responsabilizada por qualquer demora num programa que nunca sofreu atrasos. Desta vez, o tema ambiental, uma das principais discussões em todo o planeta, pesa mais.

Fonte: Valor

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