Mobilização dos corretores de seguros em torno do veto presidencial
O veto do presidente Lula que retira a categoria dos corretores de seguros da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas está mobilizando a classe. O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado Paraná e membro do Comitê Político da Federação afirmou que o setor recebeu com surpresa o veto presidencial. Segundo ele, vários corretores participaram de todos os debates que resultaram na lei aprovada pelo Congresso o final do ano passado e que incluiu os corretores de seguros nos benefícios do Supersimples. O veto do presidente é prejudicial aos corretores de seguros porque o Supersimples abria a perspectiva do setor abrir novos empregos.
O comitê político formado pelo presidente da Federação dos Corretores de Seguros e os presidentes de vários sindicatos, já fizeram questionamentos junto ao relator da matéria, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) e o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) que manifestaram contrariedade à iniciativa do presidente Lula. E segundo eles, a categoria tem consciência da dificuldade de derrubar o veto presidencial no plenário, mas acreditam que, como a inclusão dos corretores de seguros no Supersimples foi consenso na legislatura passada, a categoria unida e o trabalho do Comitê poderá permitir a possibilidade de retornar ao texto aprovado originalmente. A simplificação dos tributos beneficiará toda a categoria dos corretores de seguros.
Reflexos do custo da violência sobre os seguros
Segundo pesquisas de mercado em bairros considerados perigosos, o valor da apólice de seguro chega a triplicar. O feliz proprietário de um carro zero pode ter uma desagradável surpresa na hora de fazer o seguro do veículo. Dependendo de onde ele morar, a seguradora pode simplesmente recusar o risco de emitir uma apólice para ele. Em algumas áreas do Rio de Janeiro, por exemplo, algumas seguradoras só fazem o contrato se o cliente aceitar instalar um rastreador fornecido em regime de comodato (empréstimo) e, mesmo assim, o valor do prêmio é 216% maior do que pagaria o segurado de outra região. É o preço da escalada da violência.
Em São Paulo, a variação de preços entre um seguro de carro no bairro dos Jardins, região nobre da capital, e a zona leste pode ser de 56,1%. O levantamento foi constatado pela Porto Seguro no Rio de Janeiro e pela Indiana Seguros em São Paulo e mostra que o valor da apólice é menor nos bairros de classe média e média alta e mais alto nos subúrbios e periferias, regiões onde o índice de roubo de carros é maior, assim como a concentração dos desmanches clandestinos. Em situações limites, as companhias estabelecem preços tão elevados que o motorista desiste de segurar o veículo.
É entendimento de muitos analistas, que existe tendência de cada vez mais, as companhias precificarem de acordo com o risco, a exemplo do que aconteceu com a adoção do perfil, lembra, vice-presidente de automóvel da Mapfre Seguros. Antigamente o preço era único e o segurado mais velho arcava pela direção arrojada do jovem, hoje cada um paga pelo seu risco. No caso dos endereços, as seguradoras começaram precificando por região, mas como em um mesmo bairro há CEPs (Códigos de Endereçamento Postal) com frequência maior de roubos que outros, a tendência natural é que estes tenham custo de seguro maior.
Precaução
Algumas ações de gerenciamento de risco feitas pelo cliente são estimuladas pelas seguradoras. A instalação de rastreador reduz o custo da apólice em média em 20% -nos veículos mais visados pelos criminosos, localizados nos bairros com alto índice de roubo, a própria companhia de seguros fornece a peça-, carros com bloqueador tem 10% de desconto em média, gravação do número do chassis nos vidros do carro e travas reduzem o valor da apólice em 1%.
Todo processo de roubo e furto envolve forças externas, o que está ao alcance do cliente é apenas tomar mais cuidado, é a orientação do gerente de seguro de automóvel da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, que constata que o custo do seguro tem elevado desde o final de 2005.
A marcação do maior número possível de peças é uma das armas das companhias, pois é apenas desta forma que o segurado conseguirá pagar um pouco menos. A Mapfre (Vera Cruz Seguradora), por exemplo, importou da Austrália, e já está instalando nos carros dos segurados, uma tecnologia chamada datadot.
A tecnologia de microesferas que não são percebidas a olho nu são distribuídas em 5.000 pontos do veículo, sem gravar na lataria. Se for roubado e fatiado, a polícia terá como identificar o proprietário de cada uma das peças.
Esta coluna é publicada na edição do final de semana e é elaborada sob a coordenação do bacharel em ciências contábeis, pós-graduado em gestão em saúde e diretor-presidente do Sindincor-Pleno/AM Marcos Ventilari sindicorpleno@vivax.com.br
Fonte: CQCS