Micros e pequenas empresas têm 20 meses de quedas seguidas no faturamento
As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas chegaram à 20ª queda mensal consecutiva no faturamento em agosto, segundo o Sebrae-SP.
A receita real (já descontada a inflação) caiu 10,6% em relação ao mesmo mês de 2015. As MPEs do estado faturaram R$ 48,6 bilhões em agosto, ou R$ 5,8 bilhões a menos na comparação com um ano antes.
Segundo o Sebrae-SP, o resultado negativo é consequência da fraca demanda na economia, com desemprego em alta.
Setores e regiões
As quedas no faturamento em agosto de 2016 sobre agosto de 2015 foram de 13% na indústria, 12% nos serviços e 8,7% no comércio.
O recuo na receita das MPEs atingiu todas as regiões. O interior e o ABC registraram as reduções mais acentuadas, de 15,5% e 14,4%, respectivamente no período, por conta da base de comparação, já que a receita nessas regiões havia caído menos em agosto de 2015.
Na região metropolitana de São Paulo, o faturamento encolheu 5,5%. As MPEs da capital apresentaram diminuição de 1,7% na receita, em agosto sobre agosto do ano passado.
No acumulado de janeiro a agosto sobre igual intervalo de tempo de 2015, a pesquisa registrou uma queda de 0,5% no rendimento real dos empregados das MPEs. Na mesma comparação, houve reduções de 3,1% no total de pessoal ocupado e de 6,5% na folha de salários paga pelas MPEs.
MEIs
Os microempreendedores individuais (MEIs) registraram queda de 7,5% no faturamento real em agosto na comparação com o mesmo mês de 2015. Foi a 13ª redução na receita, na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior. A receita total dos MEIs em agosto foi de R$ 3,7 bilhões, o que significa R$ 295,2 milhões a menos do que um ano antes. Por outro lado, o porcentual de queda é menor do que nos outros meses da série.
Os MEIs do comércio tiveram recuo de 10,3% no faturamento em agosto de 2016 ante agosto de 2015. Em serviços, a queda ficou em 6,5% e, por fim, os MEIs da indústria viram seus ganhos diminuírem 4,6%.
Os MEIs do interior de São Paulo tiveram redução de 8,2% no faturamento real. Já os MEIs da região metropolitana viram a receita encolher 6,9% em agosto deste ano ante agosto de 2015.
Previsão
Em setembro, 51% dos donos de MPEs afirmaram esperar estabilidade do faturamento da empresa; em setembro de 2015, essa era a opinião de 60%. Já a parcela dos que aguardam melhora aumentou sensivelmente: eram 20% um ano antes e agora são 34%.
Com relação à economia, 45% falam em manutenção no nível de atividade ante 40% em setembro do ano passado. O grupo dos que aguardam melhora passou de 14% para 38% no período. Os que acreditam em piora somam 9%, bem abaixo dos 38% que assim pensavam um ano antes.
Entre os MEIs, 54% esperam melhora no faturamento para os próximos seis meses; há um ano essa era a expectativa de 47% deles. Já 36% falam em estabilidade ante 39% um ano antes e 7% creem em redução da receita contra 11% em setembro de 2015.
Na visão de 47% dos MEIs, a economia brasileira vai melhorar nos próximos seis meses. Um ano antes, 24% pensavam assim. Outros 38% falam em estabilidade ante 30% em setembro de 2015. Contudo, houve forte redução dos que vislumbram piora: eram 43% há um ano e agora são 11%.
Fonte: G1