Mercado financeiro reduz estimativa de inflação
Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação de 2025 pela décima quarta semana seguida. As projeções de 2026 e de 2027 também recuaram.
As expectativas fazem parte do boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
A estimativa de inflação para 2025 caiu de 4,86% para 4,85%, ainda acima do teto da meta, que é de 4,5%.
Para 2026, a projeção recuou de 4,33% para 4,31%.
Para 2027, a expectativa caiu de 3,97% para 3,94%.
Para 2028, a previsão permaneceu em 3,80%.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, cabe ao Banco Central (BC) ajustar os juros para manter a inflação dentro do intervalo estabelecido.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já considera a expectativa de inflação acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2027.
Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses passou a ser comparada com a meta e seu intervalo de tolerância.
Se a inflação permanecer fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC deve enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.
Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
Segundo ele, a inflação brasileira ultrapassou o teto da meta (4,5%) no acumulado de 12 meses até junho devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
Fonte: G1