Mercado faz ligeira elevação na aposta para a inflação em 2013
Os analistas de mercado elevaram ligeiramente sua expectativa para a inflação em 2013, de acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela quinta semana consecutiva, ao passar de 5,67% para 5,68%.
A projeção para o IPCA em 12 meses seguiu em queda, de 5,53% para 5,47%. Para 2014, os analistas esperam inflação em 5,50%.
A mediana para o IPCA em janeiro seguiu em 0,85% e, em fevereiro, permaneceu em 0,40%.
O mercado também ajustou suas projeções para os preços administrados em 2013, que passaram de alta de 3,20% para 3,25%. Em 2014, esses preços devem subir 4,5%.
Apesar de esperarem uma inflação mais salgada, os analistas ainda projetam que a taxa básica de juros Selic terminará o ano no nível atual, 7,25%, para depois subir em 2014, chegando a 8,25% ao final do próximo ano.
As estimativas de analistas do mercado para a produção industrial e para a economia brasileira pararam de se deteriorar. Depois de cair por quatro semanas consecutivas, a mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 se estabilizou em expansão de 3,1%.
A mediana das estimativas para a produção industrial, por sua vez, subiu de aumento de 3,1% para alta de 3,17%. Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial recuou 2,7% em 2012, pior resultado desde 2009, quando houve recuo de 7,4%. Analistas consultados pelo Valor disseram que o setor deve reagir em 2013, mas ainda de forma modesta.
No Focus, a mediana para a produção industrial de 2014 sinaliza um desempenho um pouco melhor que para este ano, com expansão de 3,70%. Já a mediana para o PIB subiu pela segunda semana consecutiva, de 3,65% para 3,70%.
Dólar em baixa
As projeções do mercado para o câmbio ao fim deste ano seguiram em queda, de acordo com o boletim Focus. A mediana das estimativas se deslocou de R$ 2,07 para R$ 2,05.
Na semana passada, o dólar cedeu 1,92%, para R$ 1,989, puxado pelo cenário externo e pela expectativa de que será usado como ferramenta para conter pressões inflacionárias. A queda também ocorreu em meio às incertezas provocadas por sinais conflitantes emitidos pelo Banco Central e Ministério da Fazenda.
Outra mediana que se deslocou para baixo na pesquisa Focus, foi a do saldo da balança comercial em 2013, de US$ 16,75 bilhões para US$ 15,5 bilhões. Na sexta-feira, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou que o Brasil teve déficit comercial de US$ 4,04 bilhões, o maior para o mês desde 1993.
Ainda no Focus, a estimativa para o déficit em conta corrente neste ano subiu de US$ 61,96 bilhões para US$ 62,65 bilhões, enquanto a projeção de investimento estrangeiro direto (IED) permaneceu em US$ 60 bilhões, a mesma para 2014.
Outras projeções para o próximo ano não foram alteradas, caso do saldo da balança (US$ 16 bilhões) é déficit em conta corrente (US$ 70 bilhões).
A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2013 seguiu em 34% do PIB, enquanto a de 2014 teve ligeiro ajuste, de 33% para 33,1% do PIB.
Fonte: Valor