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Mercado de seguros já sente primeiros impactos da crise

Os primeiros dias do ano já refletem os efeitos da crise financeira no mercado segurador brasileiro. Apesar de algumas seguradoras preferirem não se manifestar ainda, outras já comentam como será a realidade do setor neste ano. Para Acacio Queiroz, presidente da Chubb, o mercado de seguros deve crescer entre 7% e 8% em 2009. Para ele, o setor já começa a sentir redução nos ramos de riscos de engenharia, no seguro de vida empresarial e no seguro massificado, ligado ao varejo .
Queiroz explica que o principal motivo para a queda no setor de risco de engenharia é a redução no crescimento da construção civil, que, segundo ele, não vai crescer mais que 4% este ano, enquanto o ano passado cresceu 18%. Com isso, Queiroz estima uma queda entre 25% e 50%, no seguro de riscos de engenharia. “As obras vão diminuir e o número de renovações de empreendimentos deve cair”, avalia.
Em relação ao seguro de vida empresarial, Queiroz acredita que será comprometido devido a demissões. Para ele, as demissões que já começaram no início do ano e devem continuar, e 2009 deverá terminar com aproximadamente 1,5 milhão de desempregados. “Com menos contratações no mercado, o produto não vai crescer este ano”.
Já o segmento de massificados ligados ao varejo também deve sofrer redução. Segundo o presidente da Chubb, as vendas no varejo já caíram 5% este ano devido a restrição do crédito para compra. Além disso, no seguro massificados, não há renovação no seguro, como no de automóvel, por exemplo. Segundo Queiroz, o ramo de automóvel será salvo pela renovação da frota segurada e pela produção de 2,8 milhões veículos novos este ano.
Para Sergio Luiz Camilo, vice-presidente Comercial da Tokio Marine, o ramo automóvel já sentiu algum efeito por causa do menor financiamento de carros, mas o impacto deve ser amenizado com a redução da taxa de juros e os incentivos do governo, como a redução do IPI.
Camilo acredita que o setor de riscos de engenharia só deve ter reflexo se os investimentos em obras não continuarem no meio de 2009. “Os que já haviam sido contratados ainda estão em andamento”. Segundo ele, a expectativa para janeiro deste ano é boa para a Tokio Marine. Além disso janeiro e fevereiro são meses mais tranquilos nas vendas de seguro porque muitos corretores estão de férias. “Mesmo assim, tivemos bons negócios no seguro de transporte e no de risco de engenharia”. Para Camilo, a maior preocupação é o desemprego, pois terá menos gente comprando seguro. Entretanto, no instante do desemprego, o setor ainda não é afetado, pois muita gente não deixa de pagar o seguro.
Camilo acredita que o ramo de transporte não vai escapar da crise com a diminuição do número de fretes.
Segundo o executivo, o desempenho do mercado vai depender da estratégia de cada seguradora. A Tokio Marine, por exemplo, já vinha preparando novos produtos, independente da crise. “Agora passamos por esta fase, mas entre abril e maio podemos retomar o crescimento, não no mesmo nível de 2008”, avalia Camilo. Segundo ele, a abertura do resseguro vai ajudar o mercado crescer, com mais oferta de produtos.
Outra aposta da seguradora é o microseguro, que apesar de ainda não haver isenção de impostos para esse tipo de produto de baixo valor, as empresas já estão discutindo formas de investir neste segmento. “Estamos com expectativa de crescer 15% este ano em relação a 2008”. Segundo ele, apesar da crise, a companhia realizou várias ações que vão ter início em 2009, como novas filiais e top services (postos de atendimento personalizado).
Segundo Dirceu Tiegs, diretor executivo da Mapfre, o primeiro semestre de 2009 será visto com mais apreensão e o impacto maior será no seguro residencial, pois não é um produto comprado por impulso. Assim, no momento de crise, as pessoas devem ter mais cautela. Tiegs afirma que os negócios da Mapfre vão continuar em andamento e as estratégias da seguradora não mudaram devido a crise. “Vamos tomar espaço dos concorrentes este ano e crescer acima da média de mercado, como nos último seis anos”.
Segundo ele, os investimentos estrangeiros no Brasil cresceram 20% em 2008 e no mundo caiu 21%. “Significa que existem ações em andamento que vão se manifestar no início deste ano”.
Para Tiegs, na carteira da Mapfre, o risco de engenharia não é tão relevante. Por isso, a redução no setor da construção civil não vai impactar na carteira da companhia. “No momento de crise, a pessoa quer manter aquilo que tem, por isso o setor de seguro demora a sentir o efeito”. Tiegs explica que, no ramo de veículos, a frota segurada da Mapfre é renovada a cada cinco anos e o índice de renovação não foi alterado.
Destaques
Na contramão da crise, os produtos que devem apresentar destaque são o seguro de garantia, de crédito e de fiança locatícia. Para Tiegs, estes ramos vão crescer bem acima dos 10% que todo o mercado deve crescer este ano .

Fonte: DCI OnLine

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