Mercado de seguros continuará tendo importantes oportunidades
Mesmo com a economia em ritmo menos acelerado, há nichos importantes de oportunidades para os corretores de seguros. A afirmação é de Marco Antônio Gonçalves, diretor-executivo da Bradesco Seguros, durante almoço em sua homenagem promovido pelo Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ). Ao ser anunciado para a realização de sua conferência, o presidente do Clube, Jayme Torres definiu o palestrante com um ícone do mercado de seguros.Marco Antônio Gonçalves se diz otimista, mas reconhece que haverá muitos desafios a serem vencidos em 2015. Em sua análise aos corretores do Clube lembrou que os economistas estão prevendo um ano de ajustes fiscais, o que poderá impactar ainda mais o crescimento do país. O importante é que o mercado de seguros que cresce em média quatro vezes mais do que o PIB brasileiro estima que em 2014 o seu crescimento será em torno de 10%, muito superior a estimativa de fechamento do PIB no ano.As perspectivas para o setor são desafiadoras mas são boas na sua avaliação. O dirigente vislumbra alguns nichos de oportunidades para os corretores, como, por exemplo, a entrada no mercado do seguro auto popular para automóveis com mais de cinco anos de fabricação, que deve ser aprovado em breve. Uma frota onde menos de 10% dos automóveis estão segurados, afirmou.Outro nicho importante citado por Marco Antônio é o das Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Existe uma preocupação dos empresários com os seguros de benefícios para os seus funcionários, que deve ser explorado pelos corretores. Mas, a maioria dos empresários não se preocupa com seguro patrimonial. Se houver um incêndio em sua empresa ele perde o seu patrimônio e a receita que mantém estes benefícios, deixando dezenas de famílias desamparadas sem ter como dar continuidade aos seus negócios, explicou.A previdência privada também deve ser explorada pelos corretores. Hoje, quem vende plano de previdência, em sua grande maioria, são os bancos, disse. À medida que a população envelhece e que a expectativa de vida em 2050 será de aproximadamente 80 anos no Brasil, precisamos estar preparados para esta realidade. Até porque acrescentou se os nossos clientes de hoje não tiverem condições de complementar renda no futuro, nós perderemos estes clientes. É necessário criar condições financeiras para que eles continuem sendo nossos clientes.É uma realidade que se impõe à medida que a pirâmide populacional brasileira começa a se inverter, aproximando-se de um novo formato onde o topo, representando as pessoas com mais de 60 anos, cresce rapidamente enquanto a base, composta por pessoas com menos de 60 anos, encolhe.Outro tema abordado por Marco Antônio para reflexão dos corretores é a busca do cliente pela sua conveniência. É ele que decide com quem ele vai falar e como ele deseja comprar o produto. Sabemos que as pessoas entre 24 e 30 anos querem resolver tudo pela internet. Dizem que nós somos multicanais mas o cliente é que é multicanal, ele escolhe onde e como quer comprar, afirmou. Ele lembrou ainda que os bancos já estão nos smartphones e que o seguro ainda tem muito a avançar, exemplificando: Transmitimos as nossas operações online mas a legislação atual exige o arquivo da proposta física. Concluindo, ele disse que os corretores devem estar preparados para atender às necessidades de longevidade e de mobilidade dos consumidores.O diretor do CCS-RJ, Amilcar Vianna, fez a entrega da placa em homenagem a Marco Antônio Gonçalves e aproveitou a oportunidade para agradecer aos corretores que participaram das eleições do Sincor-RJ e que manifestaram a sua vontade de fazer diferente, de renovar. Ainda vamos avançar muito neste mercado, afirmou..Previdência complementar prevê chegar a 7,5 milhões de participantesAs entidades fechadas de previdência complementar, que contam atualmente com 2,4 milhões de participantes, podem adicionar de imediato mais 900 mil pessoas ao sistema e, a médio prazo, têm potencial para chegar a 7,5 milhões de participantes. A afirmação é de José Ribeiro Pena Neto, presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).A associação prevê que o número de participantes ativos crescerá de maneira constante nos próximos anos, chegando a 2,65 milhões em 2016 e somando 3,38 milhões em 2020. No longo prazo, José Ribeiro Pena Neto estima que o setor contará com 17,31 milhões de participantes em 2035.Ao falar após a abertura do 35º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que está sendo realizado pela Abrapp em São Paulo, José Ribeiro garantiu que a conquista imediata de 900 mil pessoas é viável com a realização de campanhas internas, principalmente nas entidades fechadas de previdência complementar, que têm percentual de adesão próximo a 65%. Esse potencial, segundo ele, é de 88% nas entidades de patrocínio público. Para o médio prazo, o presidente da Abrapp enxerga potencial principalmente nos 6.500 sindicatos e 16 mil cooperativas que contam com 30 milhões de associados.Com relação aos ativos das entidades fechadas de previdência fechada, José Ribeiro Pena Neto tem previsões otimistas: O total de ativos está atualmente na casa de R$ 700 bilhões e o potencial de crescimento real é de 7,7% ao ano, chegando a R$ 3,4 trilhões até 2035. Dessa forma, o tamanho desses ativos no PIB brasileiro dará um salto dos atuais 13,8% para 40% no período.Com essas previsões, o setor acredita que não apenas beneficiará um número maior de pessoas, mas também que serão criadas condições para que o Brasil poupe mais, já que contará com recursos de longo prazo (típicos do sistema de previdência complementar). Além disso, na avaliação do presidente da Abrapp, o setor pode ser também a solução para que o país poupe melhor, desde que haja desoneração das entidades, novas opções de planos com maior flexibilização de produtos, e estabilidade, fazendo com que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) seja um órgão de Estado.
Fonte: Monitor Mercantil