Mercado de Seguros

Mercado de letras de risco de seguro entra em nova fase

O mercado brasileiro de letras de risco de seguro (LRS) deu um passo significativo com a emissão inaugural realizada pela Andrina, subsidiária do IRB(Re). Essa operação movimentou R$ 33,7 milhões, com vencimento em 17 meses e taxa de CDI + 2,5%. A emissão foi estruturada pelo Itaú BBA e marca a primeira utilização prática das LRS desde sua regulamentação pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) em 2022.

As LRS são títulos de renda fixa que permitem a transferência de riscos de seguros e resseguros para o mercado de capitais. Inspiradas nos Insurance Linked Securities (ILS), amplamente utilizados no exterior, essas letras oferecem aos investidores retornos que podem ser impactados por eventos específicos, como desastres naturais. Em caso de sinistro, o retorno pode ser reduzido ou até eliminado, dependendo dos termos do contrato.

A emissão das LRS foi conduzida por uma Sociedade Seguradora de Propósito Específico (SSPE), modelo regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A Galapagos Capital, autorizada como SSPE no final de 2024, está trabalhando em nove operações semelhantes e pretende alcançar até R$ 3 bilhões em emissões nos próximos dois anos.

A expectativa é que novas ofertas de LRS sejam concluídas ainda neste ano. Especialistas acreditam que o Brasil tem potencial para se tornar um dos principais emissores de letras de risco de seguro no mundo, dada a estrutura regulatória e o interesse crescente de investidores. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está sendo instada a regulamentar as ofertas públicas desses papéis, o que permitiria sua aquisição por investidores qualificados, ampliando o mercado.

A introdução das LRS oferece uma alternativa complementar ao sistema de resseguro tradicional, especialmente relevante diante da crescente frequência de eventos catastróficos e riscos emergentes, como os cibernéticos. Para os consumidores finais, isso pode se traduzir em maior disponibilidade de seguros no mercado, à medida que as seguradoras aumentam sua capacidade de assumir riscos.

Fonte: Valor Econômico

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