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Marítima quer captar R$ 400 milhões

A seguradora Marítima, que este ano deve ultrapassar R$ 1 bilhão em faturamento, retomou seu projeto de abrir o capital e quer captar R$ 400 milhões. A seguradora pretende usar os recursos para se capitalizar e financiar aquisições.
Em meio à forte turbulência das bolsas mundiais, a Marítima, controlada pela família paulista Vidigal, desistiu de lançar ações no começo do ano. A operação estava sendo analisada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde meados de 2007. No final do ano passado, a oferta foi interrompida por 60 dias. Em janeiro, foi cancelada. “Não queríamos vender os papéis com desconto. O potencial de crescimento do mercado de seguros é enorme”, afirma seu diretor, Milton Bellizia Filho. A seguradora espera só uma “janela de oportunidade” para emitir ações.
Apesar do cancelamento, a Marítima continuou trabalhando internamente para se adequar às exigências de uma companhia aberta. A seguradora contratou André Luiz Fernandes, do Unibanco, para tocar a diretoria financeira e a área de relações com investidores.
Logo que a companhia anunciou o cancelamento da oferta, Bellizia conta que choveram propostas de fundos de private equity, especializados em comprar participações em empresas. Segundo ele, nenhuma das propostas agradou, pois ofereciam descontos altos. “Se a gente não quis o desconto da abertura de capital, por que ia querer o desconto dos fundos?”
Mesmo com a recusa das propostas, Bellizia diz que a empresa está aberta aos fundos, desde que venham com ofertas interessantes e preço justo. O interesse é pela venda de uma participação minoritária. A prioridade, porém, é o lançamento de ações. A Marítima quer listar “units” (recibos formados por ações preferenciais e ordinárias) no Nível 2 de governança corporativa. A oferta será apenas de papéis novos. Não haverá venda de ações dos sócios (venda secundária) – Francisco Vidigal, Alvaro Augusto Vidigal e Roberto Vidigal.
A idéia de abrir o capital nasceu em 2006. A seguradora contratou uma auditoria (KPMG) e a Delloitte para cuidar da governança corporativa e controles internos. Em outubro de 2007, estava pronta para estrear na bolsa. Mas foi bem no momento que a crise do mercado de hipotecas americano começou a provocar quedas das bolsas. Naquele momento, a SulAmérica, outra seguradora que preparava uma oferta pública, lançou ações e os papéis saíram no piso do intervalo sugerido ao mercado.
Com o mercado em baixa, a Marítima acabou arquivando o projeto. O argumento de Bellizia é que o mercado de seguros será o próximo do país a passar por um “boom”. Primeiro foi o segmento de cartão de crédito a apresentar altas taxas de expansão. Em seguida, veio o crédito bancário. Agora, diz ele, é a vez do seguro. O mercado pode dobrar de tamanho e chegar a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em três anos. “O objetivo é capitalizar a empresa para participar desta onda de crescimento.”
Para 2008, a Marítima projeta expansão de 30% e faturamento recorde de R$ 1 bilhão. A seguradora opera em três áreas principais: automóveis, saúde e ramos elementares, cada uma com cerca de 30% dos prêmios. Em 2005, começou a operar com vida, que responde por 3%. “Diferente de outras companhias, não há concentração em um único segmento”, diz Fernandes.
Depois de um período fraco, com queda nos preços, a venda de seguros de automóveis vem se recuperando. Em maio, aumentaram 40%. O segmento de saúde teve alta de 17% no primeiro quadrimestre. Capitalizada, a companhia pretende sair às compras de outras carteiras de saúde. Os ramos elementares subiram 32%.
A Marítima procurou também diversificar sua atuação regional. Em 2000, 92% dos prêmios vinham do Estado de São Paulo. Agora, este percentual caiu para 75%. A meta é reduzir para 50% em três anos. A seguradora buscou outras Estados, como Minas Gerais e os da região Sul, para abrir filiais. Agora, parte para ofensiva no Centro-Oeste e no Nordeste.

Fonte: Valor

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