Mais um amigo de Temer pede para deixar governo
No momento em que o presidente Michel Temer vê nomes de sua confiança deixar o Planalto, mais um fiel escudeiro pode sair do governo. Um dos seus principais articuladores políticos, Sandro Mabel procurou o presidente há duas semanas para dizer que já tinha cumprido sua missão.
Temer interrompeu a conversa e, para ganhar tempo, pediu que voltassem ao assunto em seis meses. Desde novembro, já foram embora Geddel Vieira Lima e José Yunes. A depender da Lava Jato, Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, pode seguir o mesmo rumo.
Fuga em massa. Temer também tenta segurar no Planalto outro nome de sua confiança. Com a ida de Osmar Serraglio para a Justiça, seu assessor especial, Rocha Loures, assumiria o mandato de deputado federal.
Mas ele pode ficar para ajudar na Casa Civil.
Bastidores. Além de amigos do presidente Temer, Sandro Mabel e Rocha Loures são importantes para o governo. Eles ajudam na interlocução com o Congresso durante as votações de temas essenciais ao Planalto e atuam como bombeiros nas crises.
Não gostei. O ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, reclamou do vazamento do depoimento de Marcelo Odebrecht. A queixa foi feita anteontem, em audiência para ouvir outros executivos da companhia.
» Devassa. Herman Benjamin chegou a ameaçar determinar busca e apreensão nos celulares dos presentes para identificar a origem dos vazamentos.
» Jogo duro. Chamou a atenção de advogados o forte esquema de segurança em torno de Marcelo Odebrecht no depoimento ao ministro do TSE. Quatro policiais fortemente armados e encapuzados acompanharam a sessão o tempo todo, até mesmo quando o empreiteiro precisou utilizar o banheiro.
» Mudou de mão. A escolha do deputado André Moura (PSC-SE) para líder do governo no Congresso quebra uma tradição. Há seis anos, a vaga é ocupada por um senador. O atual dono do cargo, Romero Jucá (PMDB-RR), será líder do governo no Senado.
» Sem refresco. O primeiro compromisso do novo ministro das Relações Exteriores será no dia seguinte à posse. Na quarta-feira, Aloysio Nunes viaja a Buenos Aires para uma reunião do Mercosul.
» Me amem. O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), vai liberar duas salas do seu gabinete, próximo ao plenário, para que deputados mais velhos e mulheres de salto alto possam despachar.
Também vai oferecer tradicional comida mineira para os colegas no seu gabinete uma vez por semana.
» Vai não. Apesar da insistência do presidente Temer em levar Antonio Cláudio Mariz para o governo, amigos tem aconselhado o criminalista a não aceitar. Dizem que, se não serviu para ser ministro, por que seria um simples assessor?
Fonte: O Estado de São Paulo