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Mais de 75% dos PCs no País já são feitos por fábricas nacionais

São Paulo, 5 de Maio de 2009 – Ao lado da chinesa e da chilena, a indústria de computadores no Brasil é uma das raras no mundo em que os fabricantes locais detêm uma participação de mercado invejável, competindo com gigantes multinacionais de igual para igual. Das 11,8 milhões de unidades produzidas no País em 2008 – incluídos nessa conta computadores de mesa e portáteis – os integradores brasileiros abocanharam 77% de participação, apurou a International Data Corporation (IDC).
O mercado é particularmente pulverizado e quem lidera a produção de computadores há quatro anos é a brasileira Positivo Informática, com 15,6% de participação no quarto trimestre de 2008, a dezenas de milhares de unidades mensais à frente de marcas mundialmente conhecidas como as americanas Dell e HP, ou a chinesa Lenovo (que adquiriu a divisão de PCs da IBM).
Também o ritmo de crescimento desta indústria chama a atenção. O País possui a quinta posição em volume, atrás dos Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido. No ano passado, não fosse a queda de 16,8% nas vendas do último trimestre, a produção física no ano teria aumentado acima dos 20%, estima Luciano Crippa, analista de mercado de computadores do IDC.
Com o revés da crise internacional, que atingiu em cheio o crédito ao consumidor final e, por tabela, as vendas no varejo, a expansão consolidada no ano foi de 10,6%. Apesar da desaceleração do último trimestre, o índice é muito superior ao encontrado na maioria dos grandes mercados. Segundo o IDC, 2009 apresentará uma retração de 11,5% no volume de unidades, com recuperação a partir das vendas de Natal, em dezembro. Mesmo assim, estima a consultoria, até 2010, o País conquistará a 3ª posição entre os fabricantes de computadores.
Segundo a Intel, mais de 20 mil empresas compram seus chips no País para montar computadores, sem contar as que adquirem os componentes no exterior e o importam. “O mercado nacional está bem distribuído em três fatias”, informa a gerente de marketing de consumo da fabricante de chips, Denise Pereira. “Os grandes integradores brasileiros, as multinacionais, e um grupo de milhares de pequenos integradores”, conta. Segundo ela, boa parte do sucesso das empresas locais reside em três características: profundo conhecimento do mercado, agilidade e flexibilidade para lançar produtos afinados com a demanda. “Em geral, as empresas brasileiras são muito eficientes em eleger e desenvolver nichos: algumas se especializam em máquinas voltadas para as pessoas aficcionadas em jogos eletrônicos (gamers); outras, em equipamentos baratos; ou em computadores destinados a setores específicos, como as agências de publicidade, que requerem máquinas potentes, capazes de rodar soluções que requeiram imagens de alta definição”, exemplifica. Segundo Denise, nem mesmo o mercado corporativo, mais exigente em suas demandas de pós- vendas, assusta integradores médios. “O segmento de pequenas empresas no Brasil já está bem estruturado e tem encomendas de 10 ou 15 máquinas por vez; essa demanda também vem sendo suprida, em boa parte, pelos fabricantes locais”, comenta.
Claudio Vita, vice-presidente comercial da Itautec, empresa que tem se focado no mercado corporativo de grandes empresas e nas licitações de todas as esferas de governo, tem a sua explicação para o sucesso das fabricantes nacionais: “Temos no País um conjunto de regras que equiparam as grandes multinacionais aos fabricantes locais, como HP ou Dell”. Segundo ele, a Itautec tem filiais em vários países, entre os quais Argentina, Estados Unidos e Venezuela. Mas nesses mercados, só disputa os segmentos de automação bancária, comercial e serviços de TI. “Só sou competitivo em computadores no Brasil”, admite. Sua escala menor, na casa de centenas de milhares de PCs por ano – em relação aos gigantes internacionais, com seus milhões de equipamentos produzidos por ano – é compensada no Brasil pelos incentivos dados pelo governo, de um lado, e pelas mesmas dificuldades do ambiente
C2(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 1)(Ana Cecília Americano) continua na pág. C2

Fonte: Gazeta Mercantil

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