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Longevidade e altos custos afetam sustentabilidade da saúde suplementar

O mercado de saúde suplementar foi tema de evento promovido pelo Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ) nesta terça-feira, 17 de maio, em comemoração ao Dia Mundial do Seguro. A palestrante do almoço, presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, lembrou que, no ano passado, o segmento sofreu com uma expressiva perda de beneficiários, cenário que se manteve no primeiro trimestre de 2016. A apresentação foi iniciada após saudação do presidente do Clube, Marcello Hollanda, do vice-presidente, Carlos Ivo, e do diretor tesoureiro da entidade, Wellington Costa.

“Foram 1,3 milhões de segurados a menos, sendo 187 mil oriundos de planos coletivos empresariais”, informou a executiva. De acordo com ela, os principais motivos são claros: a retração do emprego formal e do PIB brasileiro no período, fatores intrinsecamente ligados ao seguro saúde.

Nesse sentido, a sustentabilidade do setor se torna cada vez mais motivo de preocupação. “Um dos pilares do sistema é a solidariedade intergeracional, em que as faixas etárias jovens subsidiam as mais longevas. O que se observa hoje, no entanto, é que os beneficiários com até 34 anos vêm diminuindo e, os com mais 55 anos, aumentando”, explica. Em 2015, cerca de 6 milhões deles tinham mais de 60 anos, e a faixa de maiores de 80 cresceu quase 5%. “Há 15 anos, para cada beneficiário com 60 ou mais, existiam outros três com idade entre 0 e 19 anos. Hoje, são apenas dois”, completa Solange.

O acelerado crescimento dos custos de saúde, acima da inflação e do índice geral de preços ao consumidor, torna a equação ainda mais desequilibrada. “O reajuste autorizado pela ANS no último ano foi de 89,7% no plano individual, passando longe das despesas assistenciais, que registraram 129,2% per capita”, frisa a presidente da FenaSaúde.

Ela aponta o avanço tecnológico como um dos responsáveis pela alta variação. “Há casos em que novos procedimentos são incorporados sem avaliação de custo-efetividade e utilizados sem base nas melhores práticas médicas, prevalecendo a pressão popular e até mesmo interesses de outros segmentos”, alerta.

Para se ter ideia, são realizados cerca de 1 bilhão de procedimentos ao ano: 3 milhões a cada dia. “O crescimento da tomografia computadorizada foi de 40% entre 2012 e 2015, enquanto o crescimento de beneficiários foi de apenas 6,3%”, exemplifica. A executiva cita, por fim, o comportamento cartelizado dos fabricantes e distribuidores de materiais e medicamentos, que aumentam preços nem sempre justificados por inovações. “O valor médio de itens hospitalares passou de R$91,92 em 2007 para R$401 em 2015, cerca de 330% a mais, salto cinco vezes superior ao IPCA desse mesmo período”, afirma Solange.

Para ela, é imperativo que as autoridades e os vários agentes econômicos incluam em suas agendas um programa consensual amplo, de ações práticas, para mudar o cenário atual, além das expectativas da população quanto aos limites do atendimento da saúde privada: “a integralidade deve ser revista, entendendo-se que os custos estão acima da capacidade de pagamento”.

Entre as missões da FenaSaúde, a líder destaca a promoção da transparência com o consumidor, que deve se tornar parte do processo, ajudando também a fiscalizar desperdícios e utilizando os serviços com responsabilidade.

Homenagem

Entregue pelo conselheiro do CVG-RJ, Danilo Sobreira, a palestrante, Solange Beatriz Palheiro Mendes, foi agraciada com o troféu Dia Mundial do Seguro do Clube, além da tradicional placa de agradecimento pela sua participação no evento, no qual foi convidada especial. O Dia das Mães também foi relembrado durante o almoço, traduzido por um poema do conselheiro do CVG-RJ Aurelio Rodrigues.

Fonte: VTN Comunicação

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