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Licitação de plataforma de US$ 1 bi divide a Petrobras

A Petrobras pretendia construir no Brasil a plataforma de P-62, que exigirá investimentos superiores a US$ 1 bilhão, como um clone do navio-plataforma P-54. Mas a estatal mudou de idéia e agora a plataforma, destinada ao campo de Roncador, na bacia de Campos, poderá ser objeto de licitação com a participação de empresas estrangeiras, o que tem causado polêmica dentro e fora da companhia. Modelo semelhante foi seguido pela empresa no caso da P-57, que terminou com a vitória da Single Buoy Mooring (SBM), com sede em Mônaco.
O assunto foi tratado em reuniões entre executivos da estatal e sindicalistas, ontem, na sede da Petrobras. A discussão, segundo fontes do setor, coloca duas áreas da empresa em posições opostas. O setor de exploração e produção defende a licitação da plataforma às empresas afretadoras. Nesta modalidade, o custo da unidade seria cerca de US$ 200 milhões mais baixo, de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,2 bilhão. Já a área de engenharia gostaria de adotar o projeto gêmeo da P-54. A instalação e integração dos módulos da plataforma foram realizadas em Niterói (RJ), na parceria desfeita entre o estaleiro Mauá e a Jurong Shipyard, de Cingapura.
Uma fonte da indústria disse que o projeto de engenharia para a P-62 está pronto e que a obra poderia começar em breve e ser concluída em 36 meses. A licitação, porém, exigiria a execução de outro projeto de engenharia, que poderia levar até oito meses para ser concluído. Um executivo do setor disse que as empresas que afretam plataformas podem ser chamadas a disputar a construção sem possuir acordos prévios com os estaleiros nacionais. No futuro, essas empresas podem alegar problemas para executar parte dos serviços no Brasil e contratá-los no exterior, com redução das encomendas à indústria local.
José de Oliveira Mascarenhas, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e Região, prevê que a mudança na forma de contratar a P-62 levaria 5 mil trabalhadores ao desemprego. No mercado, a estimativa é de perda temporária de 3 mil empregos. Procurada pelo Valor para falar sobre o assunto, a Petrobras preferiu não se manifestar.

Fonte: Valor

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