Liberty disputará resseguro de nichos específicos no Brasil
Mais uma resseguradora para atuar no mercado brasileiro. Desta vez o anúncio vem do grupo americano Liberty, que está entre os dez maiores seguradores do País e acaba de comprar a Indiana Seguros. “Acreditamos que até o final do mês a Superintendência de Seguros Privados (Susep) dê autorização para atuarmos”, diz Luis Maurette, presidente da Liberty Seguros.
A opção do grupo é atuar no País como resseguradora admitida, ou seja, com escritório de representação local e investimento inicial de US$ 5 milhões em depósito exigido pela regulamentação do setor. A Susep já autorizou sete eventuais, oito admitidas e três locais. Outras doze estão em análise e duas foram recusadas por falta de documentação e conflito com as normas brasileiras, segundo o órgão regulador.
O grupo, com faturamento anual em torno de US$ 26 bilhões – sem considerar as duas últimas aquisições que ainda aguardam aprovação e que deverão elevar em pelo menos US$ 10 bilhões as receitas -, tem três operações de resseguros. A Liberty Mutual Insurance Company (LMIC), a Liberty International Underwriters (LIU), e é dono do terceiro maior sindicato do Lloyd´s of London. A LMIC é quem será representada no Brasil. Porém, a gestão do negócio é da LIU, divisão de resseguros, cujos negócios em 2007 movimentaram US$ 1,12 bilhão em prêmios líquidos.
Segundo cálculos do grupo, o mercado potencial a ser disputado no Brasil é de US$ 1 bilhão, dos estimados US$ 3 bilhões movimentados em 2007 pelo IRB Brasil Re e também pelas operações autorizadas por ele a serem colocadas facultativamente no exterior. “Esse valor representa os contratos de resseguros brasileiros nas linhas de negócios que pretendemos atuar”, diz.
O grupo é focado em nichos específicos, o que o torna especializado e com forte capacidade de oferta de subscrição. As principais áreas de atuação no mundo e no Brasil são riscos de energia, de engenharia, de construção, de riscos petroquímicos, de transporte, de riscos ambientais, de aviação, de Directors & Officers (D&O), de responsabilidade civil e de riscos financeiros.
A LMI já opera com o mercado brasileiro, com prêmios de US$ 10 milhões. “São poucos contratos, mas com valores de riscos elevados”, diz Maurette, que será o representante legal da resseguradora no Brasil. O escritório já conta com quatro executivos e terá o apoio da infra-estrutura da seguradora do grupo. O diretor técnico está sendo escolhido. A Liberty prioriza executivos brasileiros que estejam trabalhando no exterior, tanto dentro como fora do grupo. “Como são riscos específicos, temos de ter um diretor com experiência técnica e não apenas comercial”, diz.
O Brasil será o primeiro País da América Latina em que o grupo terá presença física. “As operações nos países latinos são administradas do escritório de Miami”, explica. Em Dubai, Emirados Árabes, a Liberty abriu um escritório em razão da forte demanda por seguros e resseguros na área de energia. “O grupo aposta muito no Brasil”, afirma o executivo.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Denise Bueno)
Fonte: Gazeta Mercantil