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Leilões de infraestrutura podem somar R$ 80 milhões em prêmios de seguro garantia

O Valor Online relata que a retomada de leilões de infraestrutura deve injetar cerca de R$ 80 milhões em prêmios extras ao ano no mercado de seguro garantia, aponta a Austral Seguradora. Os cálculos da companhia especializada em grandes riscos e coberturas para o setor levam em conta a estimativa de R$ 100 bilhões de investimentos, derivados dos 44 leilões anunciados para 2020.

Para o diretor de subscrição da seguradora, Rodrigo Campos, só com os prêmios diretos de seguro garantia, as concessões vão girar entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. “Mas, além dos prêmios diretos, é possível estimar pelo menos mais R$ 40 milhões em prêmios indiretos.” Conforme o executivo, esses prêmios indiretos são aqueles relacionados às coberturas contratadas na execução de obras e projetos. “O percentual pode ser ainda maior, já que a definição do percentual de garantia nas subcontratações poderá modificar diretamente este valor”, afirma.

Campos enxerga um novo ciclo para esse mercado com a retomada de grandes obras de infraestrutura, como as ferrovias, rodovias, aeroportos e terminais portuários. O especialista explica que esse tipo de produto tem como objetivo, como indica o próprio nome, garantir a conclusão de uma obra. Por lei, a empresa vencedora de uma licitação é obrigada a apresentar caução em dinheiro, fiança bancária ou o seguro garantia para a execução do contrato.

O mercado de seguro garantia movimentou R$ 2,7 bilhões em prêmios até novembro de 2019, segundo dados da Susep, e deve terminar o ano com um volume de receitas de R$ 3 bilhões. “Mas 85% desse volume vem da garantia judicial”, diz Campos. “Com os leilões de infraestrutura, esse perfil deve mudar e as coberturas de obras vão passar a ganhar cada vez mais peso”, acrescenta.

De acordo com o diretor da Austral, outro impulso vem da transformação da própria dinâmica das concessões. “Nos antigos leilões, quando as construtoras envolvidas na investigação da Lava-Jato dominavam o mercado, as companhias montavam braços de investimento para arrematar as concessões e as obras eram feitas pelo próprio grupo”, explica Campos. Nas novas licitações, pondera o executivo, a dinâmica mudou, “com participação de consórcios de fato, de investidores estratégicos”.

Conforme Campos, grupos estrangeiros e firmas de private equity passaram a protagonizar os últimos certames. “O crescimento do prêmio indireto vem muito dessa nova dinâmica”, considera. Segundo o diretor da Austral, as garantias diretas de licitação e de performance, que são relacionadas ao contrato, vão adicionar, em estimativa conservadora, cerca de R$ 20 milhões anuais ao mercado.

Nos cálculos da Austral, após essa fase, no ciclo de investimentos, ao menos mais R$ 40 milhões anuais em prêmios serão acrescentados pelas contratações de outras empresas para a realização das obras e serviços pelos consórcios vencedores. Campos considera haver uma necessidade já mapeada de cerca de R$ 300 bilhões ou mais de investimentos em infraestrutura. “Tem um gap no Brasil muito grande de obras públicas, que se forem executadas vão manter o ritmo de crescimento do mercado de garantia por vários anos.”

Fonte: NULL

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