Lei seca pode deixar seguro mais barato
Com a vigência da lei seca desde junho – quando caiu o nível de tolerância para motoristas que tenham ingerido bebidas alcoólicas -, seguradoras já estão recalculando seus gastos com acidentes de carros e podem repassar parte da economia para os preços cobrados ao consumidor. Muitas delas também estão registrando procura maior por serviços que antes eram pouco utilizados, como o que envia um funcionário ou um guincho para resgatar o automóvel e o segurado que não estiver em condições de dirigir.
Na SulAmérica Seguros, a demanda pelo motorista amigo ficou 10 vezes maior nas últimas semanas. Segundo o vice-presidente de automóveis, Carlos Alberto Trindade, a oferta faz parte de um pacote maior e pode ser solicitada duas vezes ao ano. Para mulheres que têm o Auto Mulher, o limite é de cinco vezes.
Já a Porto Seguro envia um guincho para resgatar o automóvel e tem convênio com uma cooperativa de táxi que dá desconto de 10% para levar o consumidor para casa.
O pacote básico dá direito a um chamado por ano. Para quem tem a cláusula Porto Socorro Mais, o uso é ilimitado.
Para João Luiz Cunha dos Santos, do Carlos Mafra de Laet Advogados, a tendência é que o mercado baixe os preços. Isso porque o número de acidentes vem caindo drasticamente:
Em São Paulo, a queda (com acidentes) foi de 57%. Isso pode reduzir custos com batidas em até 10% para as seguradoras, espera.
Trindade, da SulAmérica, está fazendo as contas. Os acidentes, diz, são responsáveis por 6% dos acionamentos dos seguros.
Para Santos, no entanto, os preços dos serviços de envio de motoristas e guinchos terão que ser recalculados.
Se for algo sem limite para uso, o serviço pode se tornar inviável, diz.
Mas, se as restrições atuais forem mantidas, acredita, a tendência é que o preço do seguro caia para os consumidores, já que o número de sinistros também será menor.
Segundo a Porto Seguro, prejuízos com acidentes têm peso de 25% a 55% no custo de um seguro, de acordo com a região.
Fonte: Diário do Pará