Juro do cheque é o maior desde 1996; taxa do cartão passa de 340% ao ano
Os juros do cheque especial subiram novamente em fevereiro deste ano e atingiram a marca de 214,2% ao ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central. Com isso, a taxa atingiu o maior patamar desde março de 1996 quando ficou em 217,7% ao ano ou seja, em quase 19 anos.
Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 66,1 pontos percentuais nos últimos 14 meses.
Cartão de créditoSegundo o BC, os juros do cartão de crédito rotativo, que incidem quando os clientes não pagam a totalidade de sua fatura, atingiram expressivos 342,2% ao ano em fevereiro a mais alta de todas as modalidades de crédito. É o maior patamar desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.
JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO
Taxa anual, em %
312,8309,5315,1313,7305305,7308,3308311,3312319,7327,8331,6334,6342,2em % ao anoDez/13Jan/14Fev/14Mar/14Abr/14Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15300310320330340350
Fonte: BC
New York Times e rentabilidade dos bancos brasileirosReportagem publicada no recentemente pelo jornal norte-americano The New York Times diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil fariam um agiota americano sentir vergonha, citando os dos cartões de crédito em mais de 240% ao ano e de 100% cobrados pelos empréstimos bancários.
Economistas avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o uso do cheque especial e do cartão de crédito rotativo por conta das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras. Para eles, estas são linhas de crédito para momentos de extrema necessidade e devem ser utilizada por um período reduzido de tempo.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Fonte: G1