João Elisio destaca conjuntura brasileira em encontro da Fides
A constatação partiu do presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), João Elisio Ferraz de Campos, ao participar da XXXII Conferência Hemisférica de Seguros da Fides, ocorrida em Las Vegas, nos Estados Unidos, de 1º a 4 de novembro.No encontro, João Elisio avaliou positivamente a conjuntura brasileira, assinalando que a crise financeira global provou que, além de uma democracia consolidada, também os fundamentos econômicos do País são sólidos, a ponto de o Brasil ter sido a última nação a sentir os efeitos da débâcle mundial e o primeiro a recuperar-se dela, algo refletido pelo viés de alta dos principais indicadores econômicos. Em razão disso, o mercado segurador, no máximo, deparou-se com uma desaceleração dos negócios no auge da crise financeira, sem, contudo, alterar a trajetória positiva dos últimos anos. João Elisio garantiu que as empresas do mercado segurador, a exemplo do sistema bancário brasileiro, estão capitalizadas, o que confirma que foram pouco afetadas pela crise internacional.A volta à normalidade, portanto, é muito bem-vinda para o mercado de seguros, afirmou o presidente da CNSeg, lembrando que o setor segue o rastro da economia do País. Nos próximos anos, sobretudo, o Brasil oferece muitas janelas de oportunidades, tendo em vista a perspectiva de o País se tornar um canteiro de obras e, dessa forma, demandar uma série de coberturas de seguros. João Elisio referia-se ao tripé de investimentos necessários para a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014, as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016 e os desembolsos no pré-sal. Sem falar nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 503,9 bilhões. Só os Jogos Olímpicos de 2016 vão exigir R$ 90 bilhões alocados em infra-estrutura na cidade do Rio, e os investimentos em pré-sal outros US$ 111,4 bilhões em 2020.Na palestra apresentada no encontro da Fides, João Elisio disse concordar com o diagnóstico do ex-ministro francês Jacques Atalli (governo Miterrand), autor do livro Uma breve história do futuro, para quem o seguro estará presente em qualquer cenário do futuro. A conclusão de João Elisio é de que a tendência de que as pessoas transfiram seus riscos pessoais a empresa especializadas amplie-se nos próximos anos. Este comportamento deverá também valer, no caso brasileiro, para aquelas pessoas da baixa renda, só agora incorporadas ao mercado consumidor, por conta do controle da inflação, aumento do rendimento médio e expansão do crédito no País. Este quadro cria as precondições necessárias para a expansão do microsseguro, cujas vendas vão começar no próximo ano. Apesar disso, no caso brasileiro, ele reconhece que o avanço do mercado de seguros continuará sem ter a uniformidade dos indicadores de mercados maduros. O Brasil, destacou ele, é hoje a décima economia do mundo, com US$ 1,3 trilhão, porém figura como o 55º em renda per capita e 75º em IDH(Índice de Desnevolvimento Humano). Em consequência, o mercado de seguros, refletindo as desigualdades, é o 19º em prêmios e uma taxa de penetração (relação prêmio dividido por PIB) de 2,9%, contra os 9,1% dos países desenvolvidos.Para ele, tais disparidades entre os indicadores setoriais e os macroeconômicos tendem a reduzir em virtude de vários fatores, como a retomada do crescimento econômico acelerado, melhora significativa da distribuição de renda, abertura do mercado de resseguro, regulamentação do microsseguro e criação de novas modalidades de planos de previdência. Apesar do prognóstico otimista da economia brasileira, João Elisio assinala que há gargalos na marcha do crescimento sustentado. Como exemplos, ele cita os problemas existentes na infraestrutura do País e a execução das reformas institucionais, como mudanças na legislação da previdência social, trabalhista, tributária e política
Fonte: CQCS
