Itaú XL começa com capital de R$ 170 milhões
São Paulo, 4 de Setembro de 2006 – Seguradora atenderá empresas com faturamento acima de R$ 70 milhões por ano. O Banco Itaú Holding Financeira e a XL Capital Ltd. assinaram no último dia 30 os contratos definitivos que irão reger a associação formada entre os dois grupos, Itaú XL Seguros Corporativos. A seguradora se dedicará aos negócios de grandes riscos de seguros. O capital será de R$ 170 milhões, com participação de 50% de cada um dos dois sócios, sendo o Itaú majoritário.
“Acreditamos que esta parceria irá criar uma plataforma decisiva para o desenvolvimento deste mercado no Brasil, com vantagens para nossos clientes e corretores”, afirma Ruy Moraes Abreu, presidente da Itaú XL. Veja abaixo a entrevista concedida para este jornal.
Gazeta Mercantil – Por que a Itaú optou por ter um sócio para grandes riscos?
Rui Moraes Abreu – A necessidade cada vez mais premente de se dispor de soluções globais aliadas à expertise local é, sem dúvida, a maior razão desta joint venture.
Gazeta Mercantil – A Itaú foi assediada por muitos grupos estrangeiros. O que a fez escolher a XL?
Após exaustiva análise dos possíveis parceiros para o Itaú, elegemos três possíveis candidatos. Contatados, os três mostraram-se muito interessados. A XL mostrou uma maior afinidade com o projeto do Itaú.
Gazeta Mercantil – Muitas negociações de grande porte foram por água abaixo em razão do controle. Esse foi um ponto difícil na negociação da parceria entre Itaú e XL?
Desde o início, ficou claro quais habilidades cada um aportaria à joint venture. Naturalmente as discussões levaram a um acordo de acionistas que define um controle compartilhado da companhia. A Itaú é responsável pela indicação do Presidente (“CEO”) e o Diretor Superintendente (“COO”) e a XL indica o Diretor Responsável pela Subscrição (“CUO”). Esta estrutura é complementada por alguns comitês e outros controles, que permitem a melhor fusão das competências de cada empresa.
Gazeta Mercantil – Quais as principais vantagens para os clientes do Itaú com a parceria com o grupo XL?
Com a joint venture com a XL, e suas grandes capacidades de subscrição, mesmo sob o monopólio de resseguro, isto pode ser decisivo na colocação de um programa internacional.
Gazeta Mercantil – Não é restritivo trocar o monopólio do IRB por um único ressegurador internacional?
Por tratar-se de uma joint venture entre duas seguradoras, a Itaú Seguros e a subsidiária brasileira de seguros da XL Capital, e não de uma associação entre uma seguradora e um ressegurador, a capacidade de resseguro poderá ser procurada tanto através de soluções internas pela XL quanto através de resseguradores externos, sempre defendendo os melhores interesses da Itaú XL.
Gazeta Mercantil – O Itaú poderá desenhar o programa de seguro de clientes brasileiros presentes em outros países?
Sim. Como parte dos acordos celebrados entre o Itaú e a XL está prevista esta possibilidade. Acreditamos que será de grande conforto para nossos clientes a possibilidade de discutir com a mesma equipe com que estão habituados a tratar, a cobertura de riscos de suas operações fora do Brasil. Nestes casos, a XL fará a emissão do seguro numa de suas filiais no país em questão.
Gazeta Mercantil – Se for usar outros resseguradores, já elegeu alguns parceiros?
No atual ambiente mercadológico, estaremos utilizando o IRB e quando autorizado (como recentemente foi o caso do D&O) estaremos utilizando os principais resseguradores do mercado internacional.
Gazeta Mercantil – Acredita que a parceria com a XL vai levar a Itaú Seguros a disputar a liderança?
Nosso objetivo, conforme já era a expectativa do Grupo Itaú, e desde o início já sabíamos ser também a da XL, é de continuar sendo a seguradora líder em performance de Linhas Comerciais.
Gazeta Mercantil – Quais as expectativas da seguradora?
No curto prazo, e até como forma de se preparar para uma abertura do mercado de resseguros, gostaríamos de aumentar e consolidar nosso relacionamento com o seleto grupo de corretores de seguros e clientes que hoje já dispomos, e melhorar nossos processos e a rentabilidade da operação através das sinergias disponíveis dos dois acionistas, Itaú e XL.
Fonte: Gazeta Mercantil
