Itaú Unibanco diz que inadimplência pode subir
Após reportar na manhã de hoje crescimento de 23,1% no lucro do segundo trimestre (R$ 3,165 bilhões), o Itaú Unibanco demonstrou uma posição cautelosa sobre o comportamento da inadimplência nos próximos meses.
Durante teleconferência com a imprensa sobre as demonstrações financeiras, Rogério Calderón, diretor corporativo de Controladoria do banco, disse que alguns indícios apontam para um “ligeiro aumento da inadimplência”. Ele afirmou que o banco ainda não visualizou em sua carteira esse movimento, mas citou que alguns indicadores sugerem um aumento nos calotes.
Segundo o levantamento, a qualidade do crédito ao consumidor recuou 0,3% no período, para a marca de 80,3 pontos.
Com isso, o Itaú Unibanco preferiu não revisar a previsão de queda entre 0,5 ponto e 1 ponto percentual no nível de calotes neste ano, apesar de os atrasos superiores a 90 dias terem mostrado baixa de 1 ponto percentual já nos seis primeiros meses de 2010, cedendo para 4,6% dos empréstimos do banco.
De acordo com Calderón, a tendência é que a taxa se mantenha perto desse patamar até dezembro. “Não há razão para revisar (a previsão). Pode ser que suba mais um pouco ou caia um pouco”, afirmou o diretor aos jornalistas.
A posição destoa do otimismo da direção do Bradesco, que previu na quarta-feira passada novas quedas da inadimplência até o fim do ano. Oficialmente, o banco não mudou suas previsões, que projetam uma taxa de 4% em dezembro. No entanto, o presidente do do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que os calotes podem cair para a faixa de 3,6% a 3,7% até dezembro.
As principais previsões do Itaú Unibanco para a expansão do crédito seguem as mesmas, com alta entre 18% e 23% prevista para a carteira do varejo em 2010. Em um ano finalizado em junho, essa carteira marcou expansão de 18,8%, chegando a R$ 191,354 bilhões.
“O resultado (de junho) já está bem encaixado (com as previsões). Não imaginamos que fique fora disso”, apontou Calderón. A carteira do varejo soma as operações de cartão de crédito, crédito pessoal, veículos, micro, pequenas e médias Empresas, crédito rural e crédito imobiliário.
Fonte: O Globo
