Isenção do IPI vai evitar demissões no setor de móveis, dizem empresas
A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis, cujas alíquotas variavam entre 5% e 10%, anunciada nesta quarta-feira (25) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, promete tirar o setor moveleiro de uma crise que causou uma queda média de 10% nas vendas em 2009, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel), José Luiz Diaz Fernandez.
“Alguns setores começaram a sofrer em detrimento de outros. O apelo das promoções [em eletrodomésticos] teve um efeito emocional muito grande”, diz ele. Como a crise está forte, e muitas empresas já pensam em demitir funcionários, Fernandez afirma que é possível que o desconto a ser concedido pelos fabricantes possa exceder a redução tributária. “O governo fez o apelo para que o desconto seja maior. E isso o mercado vai regular.”
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O setor, que gera 237 mil empregos diretos no país e reúne 17 mil empresas, sendo 70% micros com até 14 funcionários, vivia o fantasma das demissões em massa. O Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), principal polo moveleiro do Paraná, empresas já previam demitir até 30% do pessoal a partir de janeiro. “Essa notícia renova a esperança de melhorar as vendas agora no fim do ano e não haver nenhuma demissão”, diz Silvio Luiz Penetti, diretor-executivo do Sima.
Segundo Pinetti, o IPI atualmente representa 5% do preço de produtos de linhas de guarda-roupas, racks, estantes e camas, e 10% do valor cobrado por estafados e móveis tubulares, como beliches e camas. Fernandez, da Abimovel, diz que a redução do imposto chegará imediatamente ao consumidor, pois o Ministério da Fazenda abriu a possibilidade de que o estoque disponível nas lojas seja refaturado para refletir a isenção de IPI.
Competição
De acordo com o diretor do Sima, a desoneração já era pleiteada pelo setor há meses, já que a indústria moveleira sofreu os efeitos da crise financeira e, posteriormente, da desoneração dos produtos da construção civil e de linha branca. Quando o governo quando deu isenção para a construção civil e para a linha branca, uma grande parte da nossa clientela migrou para essas duas compras. Já estávamos solicitando isso [a desoneração dos móveis] há meses, diz.
Segundo Tiago Nogueira, gerente de marketing da Líder Interiores, empresa de móveis de Minas Gerais, a redução do IPI para a linha branca prejudicou o setor de móveis: A gente percebeu um desaquecimento das vendas em determinado período deste ano, que pode ter acontecido por causa da redução do IPI da linha branca. As pessoas preferiram comprar eletrodomésticos a móveis, diz. Em relação ao esperado, as vendas da empresa caíram até 7%.
De acordo com o executivo, nos pólos moveleiros de Ubá, Linhares e Arapongas, onde a participação das exportações tem bastante peso, houve quebra de até 25% nas vendas. Nogueira diz que ainda não foram feitos os cálculos de quanto será a redução dos preços dos móveis, mas afirma que a redução do IPI deve ser integralmente repassada para o consumidor final.
Fonte: G1