IRB já contabilizou perdas com acidente aéreo da Gol
São Paulo, 10 de Novembro de 2006 – Lucro cresceu 11%, para R$ 224 milhões, mesmo R$ 227 milhões a mais em indenizações. O IRB Brasil Re, único ressegurador autorizado a operar no Brasil, vem conseguindo manter a rentabilidade no ano mesmo com os grandes acidentes ocorridos no País. O lucro líquido apurado entre janeiro e setembro ficou em R$ 224 milhões, alta de 11% comparado com R$ 205 milhões do mesmo período do ano passado. Os prêmios de resseguros no período somaram R$ 2,2 bilhões, crescimento de 4%.
“Trata-se de um resultado excelente, visto que o sinistro aumentou R$ 227 milhões”, disse Roberto Serdeira Dominguez, gerente de contabilidade do IRB. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi 15,1%. O patrimônio líquido totalizou R$ 1,7 bilhão em setembro, crescimento de 8,1%.
No início do ano houve um grande sinistro da Companhia Siderúrgica Nacional (CNS), cujo valor do sinistro que circula no mercado supera US$ 300 milhões. No entanto, o IRB tem uma pequena parte deste risco, por contratar proteção para a sua carteira de resseguros. Outro grande prejuízo foi o acidente com o boeing da Gol, em outubro passado, cujos valores ainda estão sendo apurados. Um número que circula no mercado é de US$ 80 milhões, considerando-se o valor da aeronave e também da apólice de responsabilidade civil, de onde sairá o dinheiro para indenizar familiares das vítimas.
“A nossa perda máxima com a Gol já foi contabilizada no balanço do terceiro trimestre”, disse Dominguez. O executivo não revela o valor, mas o balanço do IRB publicado no site da empresa dá uma dica. A provisão de reservas para pagamento de indenizações saltou de R$ 15 milhões em setembro de 2005 para R$ 204 milhões neste terceiro trimestre. As indenizações somaram R$ 601 milhões, bem acima dos R$ 374 milhões do mesmo período do ano passado.
Em contrapartida ao impacto negativo na rentabilidade causada pelos acidentes, o IRB melhorou a performance dos investimentos. O resultado financeiro cresceu 148%, com receita de aplicações de R$ 248 milhões. “Conseguimos melhorar a taxa de retorno nos investimentos, com aumento nominal de R$ 35 milhões”, disse. A redução da variação cambial também ajudou, saindo de uma despesa de R$ 429 milhões para receita de R$ 186 milhões. “A desacelaração da apreciação do Real melhorou bastante o resultado do IRB. É um ganho expressivo”.
Contrato de property
O IRB definirá em breve o consórcio de corretores que fará a colocação no exterior do contrato de “property”, utilizado para agilizar as apólices de incêndio das principais empresas do Brasil. A capacidade máxima de resseguro por risco é de US$ 300 milhões. Guy Carpenter lidera o consórcio junto com Aon e JLT. O outro grupo tem Benfield e Cooper Gay, além da líder Willis.
Fonte: CQCS