IRB-Brasil RE prevê 2009 semelhante a 2008
O IRB-Brasil Re deve encerrar 2009 com faturamento semelhante ao de 2008, de acordo com o presidente da instituição, Eduardo Hitiro Nakao. O executivo participou nesta quinta-feira de almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), promovido pelo Sindicato das Financeiras do Estado do Rio de Janeiro (Secif-RJ). Nakao afirmou que as resseguradoras que entraram no mercado brasileiro desde 2007 ainda temem os impactos da crise internacional.Em 2009, como alguns resseguradores cadastrados estão lentos em suas decisões em decorrência da crise, acredito que o IRB vai manter seus prêmios em montantes bastante semelhantes a 2008, quando os prêmios emitidos totalizaram R$ 3 bilhões e os prêmios ganhos ficaram em R$ 1,5 bilhão. Acredito que vamos repetir este desempenho ou crescer ligeiramente. Isso não significa que vamos ampliar nossa participação, pois acredito que o próprio mercado vai crescer a taxas muito elevadas, disse o presidente do IRB.abertura. Criado em 1939, o então Instituto de Resseguros do Brasil permaneceu por 68 anos como a única resseguradora do mercado brasileiro. Em janeiro de 2007, o mercado passou a admitir outras instituições. Atualmente, são cerca de 50 atuando no Brasil, entre locais, admitidas e eventuais. No ano de seu 70º aniversário, o IRB ainda detém 70,93% do mercado, mas outras resseguradoras vêm crescendo.Não temos meta de crescimento. Eu não estou preocupado se o IRB tem hoje 70,93% do mercado. Minha preocupação é saber se o lucro vai crescer. É normal que outras instituições ganhem espaço. O mercado tem potencial e espaço econômico para todo mundo. Essas instituições não são filantrópicas. Se não fosse interessante, não haveria tantas empresas investindo no mercado brasileiro.O executivo disse ainda que fica feliz com o crescimento de suas concorrentes e que é natural que o Irb reduza sua fatia de mercado. Cerca de 15% do movimento de seguradoras nacionais são de instituições com participação de capital estrangeiro. Com a abertura do mercado, essa seguradoras preferem colocar resseguros nas resseguradoras de seus grupos econômicos, o que é absolutamente normal.Segundo Nakao, o IRB-Brasil RE não foi afetado pela crise internacional. Ele acrescentou que, pelo rigor da legislação de seguros no País, as demais instituições do setor não foram profundamente afetadas.Não existem gargalos no nosso negócio. Todos os nossos ativos garantidores estão aplicados em ativos muito líquidos e mais de 80% em títulos públicos federais. Os títulos são denominados em reais, ou seja, não temos qualquer efeito proveniente dessa crise internacional. A própria legislação brasileira proíbe que seguradoras e resseguradoras apliquem em derivativos, que foram a grande causa de perdas observadas em instituições internacionais. Todos os ativos do IRB estão investidos em títulos públicos, comentou.O executivo descartou qualquer necessidade de interferência do governo nos negócios da companhia. Não haverá necessidade de qualquer aporte de recursos do Tesouro Nacional.força. O presidente do IRB apresentou dados que comprovam a força do setor de seguros no Brasil. De 2004 a 2008, a arrecadação cresceu 63%, passando de R$ 58,9 bilhões para R$ 96,3 bilhões. O peso do mercado, porém, ainda é pequeno perto de seu potencial. Em 2004, as operações de seguros correspondiam a 3,04% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e, em 2008, o resultado não foi muito diferente, com 3,33% do PIB.Participaram do almoço o presidente da Secif-RJ, José Arthur Assunção, o presidente do Jornal do Commercio e da Rádio Tupi, Mauricio Dinepi, o presidente da Câmara de Comércio Internacional e presidente do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem da ACRJ, Theóphilo de Azeredo Santos, o diretor de Projetos e Serviços da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), Horácio Cata Preta, e o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy.
Fonte: Jornal do Commercio