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Investimentos e aumento da renda da população beneficiarão o setor

A noticia de que o Brasil passou a ser considerado grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s na última quarta-feira gerou grande euforia no mercado de seguros. “A obtenção do título de grau de investimento é excelente, pois o Brasil passa a ser considerado um porto seguro para os investidores estrangeiros, o que é muito positivo para nossa economia e, conseqüentemente, vai acelerar o crescimento do mercado segurador”, avalia o presidente da Sul América Seguros e Previdência. Patrick de Larra goiti.
José Rudge, presidente da Unibanco AIG e vice presidente do banco Unibanco, tem a mesma opinião. “Significa maior eritrada de recursos, mais investimentos, melhora das linhas no que se refere a custo com a redução do spread e obviamente melhor distribuição de renda com a criação de empregos face aos investimentos, crescimento do PIB entre outros benefícios. Como seguros está ligado ao poder aquisitivo e a distribuição de renda, será diretamente beneSciado”, diz Rudge.
Para Marcelo Homburger, vice presidente da Aon Risk Ser vices, alguns segmentos da indilstria de seguros serão mais beneficiados, com seguros de riscos financeiros como garantia, crédito e D&O, além de riscos de engenharia nos casos de infra-estrutura, expansões de parques industriais.
O titular da Susep (Superintendência de Seguros Privados), Armando Vergilio, acredita que os investimentos no mercado de seguros e resseguros vão se intensificar mais ainda. “Muitos investidores que tinham restrições dos acionistas para investir em País sem esta classificação agora poderão implementar seus projetos. O aumento da concorrência trará mais benefícios aos consumidores”, diz o titular da Susep.
Segundo Vergílio, o crescimento de 20% do setor no primeiro trimestre deste ano, um período histo ricamente menos aquecido do que o segundo semestre do ano, já dá sinais de que a indústria de seguros deverá registrar um desempenho recorde, impulsionado pela abertura do resseguro e agora com o grau de investimento do País. Segundo projeções da Susep, a indústria de seguros poderá dobrar de tamanho, de 3% para 6% do PIB, num prazo mais curto do que os três anos previstos.
Para Fábio Luchetti, vice-presidente da Porto Seguro, única seguradora no Novo Mercado da Bovespa, o mercado acionário será beneficiado. “A maior entrada de recursos por fundos private equity que aguardavam o grau de investimento poderá abrir oportunidades de fusões e aquisições”, avalia. Também poderá aumentar a demanda pelas ações e, conseqüentemente, pelos papéis da seguradora.
A Marítima Seguros comemorou mais do que todos. “Ficamos muito satisfeitos e acreditamos que haverá uma grande procura dos investidores estrangeiros por ativos no Brasil e a indústria de seguros tem sido um grande atrativo pelo potencial de crescimento”, diz Milton Bellfzia, diretor financeiro. Segundo ele, o IPO da Marítima, preparado desde 2007 e suspenso no início deste ano em razão dos efeitos da crise do sub prime, poderá ser antecipado. “Com o investiment grade apostamos que o mercado acionário melhore antes do segundo seinestre, que era a previsão de vários analistas.” seguros tem sido um grande atrativo pelo potencial de crescimento”, diz Milton Bellfzia, diretor financeiro. Segundo ele, o IPO da Marítima, preparado desde 2007 e suspenso no início deste ano em razão dos efeitos da crise do sub prime, poderá ser antecipado. “Com o investiment grade apostamos que o mercado acionário melhore antes do segundo semestre, que era a previsão de vários analistas.”
Garantias para projetos
Mais do que atração de investimento, haverá uma facilidade para financiamento público. O volume de captação e o preço serão melhores. O que beneficiará os seguros de grandes riscos e de garantia financeira utilizados em projetos de infraestrutura, um assunto estratégico para manter o País na rota de crescimento. “O reflexo no ponto de vista de inflação é neutro, exceto se tivermos dificuldade com a capacidade instalada. Pode ser que tenha um repique inflacionário”, avalia Wilson Toneto, vice-presidente de informação, administração e finanças da Mapfre. Segundo ele, os principais executivos da seguradora cancelaram suas viagens para rever alguns planejamentos estratégicos. “Principalmente dos gestores de fundos, pois as posições terão de ser revistas”, diz.
Em um setor acostumado a administrar risco, a cautela freia a euforia. Para Samuel Monteiro, diretor administrativo e financeiro da Bradesco Seguros e Previdência, depois de tanto suar a camisa para receber a classificação, agora será preciso fazer o dever de casa todos os dias para mante-la. A Argentina antes da crise era considerada grau de investimento. “E preciso eliminar os gargalos que podem comprometer o crescimento do País “, diz o executivo, citando os prejuízos causados as empresas com a greve dos fiscais da Receita Federal.
Monteiro lembra que o seguro está presente em tudo, desde as apólices de vida e de saúde para novos trabalhadores com carteira assinada, como para garantir projetos de infra-estrutura. O diretor da Bradesco também ressalta a governança. “Os fundos vão buscar investir em empresas com governança, com transparência. Em seguros, será preciso agora acelerar a adoção das normas de Solvência II”, comenta.
Segundo Ricardo Flores, diretor do Banco do Brasil responsável pelas operações de seguros, previdência e capitalização, em decorrência da maior previsibilidade trazida com o grau de investimento, a taxa de juro básica da economia voltará a entrar no ciclo decrescente, após a alta de 0,5 ponto percentual, para 11,75%, na última reunião do Copom (Comité de Política Monetária). “O Brasil já era visto como um País com crescimento sustentável, com aumento de renda e controle dos índices macroeconômicos. Isso vai requerer maior eficiência das empresas para aumentar o ganho operacional.”

Fonte: Gazeta Mercantil

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