Investigação de AF447 descarta temores sobre segurança de Airbus
Leituras preliminares dos dados das caixas-pretas do avião da Air France que caiu no oceano Atlântico em 2009 amenizaram, ao menos por enquanto, as preocupações imediatas sobre a segurança da aeronave Airbus A330, mas investigadores alertaram na terça-feira contra a precipitação em culpar a tripulação pelo desastre.
Investigadores franceses analisam os dados e as gravações da cabine da aeronave contidos nas duas caixas-pretas retiradas do fundo do mar dois anos após o acidente. Eles trabalham sob pressão para resolver o mistério que envolve a queda da aeronave na noite de 31 de maio para 1o de junho de 2009, que matou todas as 228 pessoas a bordo, durante o voo Rio-Paris.
Em comunicado, o BEA, escritório que investiga acidentes aéreos na França, reiterou que ainda é muito cedo para se tirar quaisquer conclusões sobre as causas do dramático desaparecimento da aeronave, que fazia o voo 447, em meio a uma tempestade.
Mas o órgão disse que a recuperação bem sucedida dos dados e das gravações das caixas-pretas “nos deixa praticamente certos de que toda luz será jogada sobre este acidente”.
Os dois dispositivos, que contêm pistas vitais sobre a tragédia, foram recuperados neste mês e chegaram a Paris na quinta-feira. O BEA informou na segunda-feira que todos os dados estão intactos.
Na primeira indicação tangível da direção que as investigações estão tomando, a Airbus informou companhias aéreas na terça-feira que não tem novas recomendações de segurança como resultado do primeiro exame dos dados da aeronave, medida que sugere que a leitura preliminar não apontou falhas mecânicas.
A detecção de qualquer defeito levaria automaticamente a algum tipo de recomendação para evitar colocar em risco a segurança dos passageiros dos cerca de 1.000 aviões A330 em serviço ao redor do mundo.
“Nessa fase de análise preliminar do gravador digital dos dados de voo (DFDR, na sigla em inglês), a Airbus não tem recomendações imediatas para as operadoras”, disse a fabricante europeia em comunicado ao setor obtido pela Reuters.
A Airbus confirmou que divulgou o boletim afirmando que não há novas recomendações e acrescentou que a medida foi aprovada pelo BEA.
Fonte: O Globo