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Investidores acompanham EUA e devem fazer aporte no Citigroup

Na última sexta-feira, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou o que é, até o momento, a medida mais ousada para estabilizar o Citigroup, um dos maiores bancos dos Estados Unidos e umas das instituições que enfrentam maiores dificuldades – ele aumentará a sua participação no banco.
Depois que duas linhas de crédito multibilionárias não conseguiram levantar o Citigroup, o governo federal decidiu agora aumentar a sua participação no banco de 8% para 36%.
Vikram S. Pandit, principal executivo do banco, permanecerá no cargo, mas haverá mudanças no conselho de administração do Citigroup para criar uma maioria de diretores independentes, uma medida que já vinha sendo defendida pelos reguladores federais. Estas decisões foram tomadas depois que o banco informou que suas perdas em 2008 somaram US$ 27,7 bilhões, uma das piores já registradas em toda a história do mundo corporativo.
Segundo o acordo, o Tesouro converterá até US$ 25 bilhões de suas ações preferenciais (sem direito a voto) do Citigroup em ações ordinárias (com direito a voto), conferindo maior risco aos contribuintes, porém maiores chances de lucro caso o banco se recupere.
O Tesouro converterá a sua participação na mesma medida em que o banco consiga convencer investidores privados a fazer o mesmo. O Tesouro acompanhará as conversões dólar a dólar dos investidores privados, assim como os preços e prazos oferecidos. Resta saber qual será o tamanho da participação do governo americano.A administração de Obama tem procurado manter os bancos em mãos privadas e evitar estatizações. Todavia, a queda acentuada no valor das ações do Citigroup e a deterioração da condição financeira do banco obrigou o governo a converter a sua participação.
Os contribuintes, depois de injetar mais de US$ 45 bilhões no banco, tornaram-se os maiores acionistas do Citigroup. Por ora, o governo não colocará nenhum dinheiro adicional, mas alguns analistas acreditam que o banco precisará de mais ajuda financeira em breve.
A medida é uma das mais dramáticas já tomadas por autoridades federais para prevenir o colapso de uma instituição considerada “grande demais para quebrar”. O governo também adquiriu uma participação majoritária sobre a seguradora AIG e assumiu, em setembro, o controle da Fannie Mae e Freddie Mac, gigantes do setor de crédito hipotecário.
A transação deve servir de modelo para outras instituições financeiras. Outros bancos grandes poderão ficar em situação semelhante caso um novo “teste de estresse” comprove que há necessidade de capital extra para fazer frente ao agravamento de suas perdas. Autoridades federais informaram que o governo converterá suas ações preferenciais (PN) em ações ordinárias (ON) e, quando necessário, farão investimentos adicionais para estabilizar os bancos.
O Citigroup tem buscado acordos similares com acionistas preferenciais, incluindo inúmeros fundos de investimento de governos estrangeiros. O banco ofereceu trocar até US$ 27,5 bilhões em ações preferencias por ações ordinárias ao custo de US$ 3,25 por ação, um prêmio de 32% sobre o valor do fechamento da última quinta-feira. Para tanto, o banco emitirá garantias (certificados de pagamento). Se a transação não for aprovada pelos acionistas do Citigroup, estes papéis carregarão um dividendo de 9% que aumentará trimestralmente.
Na sexta-feira passada, o banco divulgou que o governo da Cingapura, o príncipe al-Walid Bin Talal da Arábia Saudita, Capital Research Global Investors e os investidores do Capital World participariam.
O Citigroup anunciou na sexta-feira que amargará uma perda contábil de US$ 9,6 bilhões devido à queda no valor de sua rede de bancos de varejo na América do Norte, América Latina e Europa devido à desaceleração da economia mundial. O banco já apresentou um total de perdas de US$ 27,7 bilhões em 2008. Dezenas de bilhões de dólares em ativos hipotecários tóxicos, porém, ainda permanecem no balanço do banco.

Fonte: Gazeta Mercantil

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