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Investidor busca próximo ‘unicórnio’ entre insurtechs

O jornal Valor Econômico publicou matéria nesta sexta, 23/07, destacando que investidores buscam por insurtechs que possam ser o próximo “unicórnio” (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão).

Segundo a reportagem, a corrida seria impulsionada pela abertura regulatória do mercado de seguros. O setor faz um paralelo com o que aconteceu com as empresas de “maquininhas” de cartão de crédito, que passaram pelo mesmo processo em 2010, quando havia concentração de mercado. 

Para o presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), Piero Minardi, é possível que aconteça algo semelhante já que algumas insurtechs podem ser adquiridas pelas próprias fintechs que surgiram na primeira onda. Para ele, existe espaço para muitas empresas crescerem, o que torna este mercado menos arriscado para o investidor.

No mapa de insurtechs elaborado pela consultoria Digital Insurance há mais de 100 startups. Além das empresas que foram selecionadas na primeira turma do sandbox regulatório da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o levantamento aponta outras seguradoras com novos modelos de negócios e empresas que atuam na distribuição e prestação de serviços.

A reportagem dá como exemplo a venda da Minuto Seguros. Segundo o fundador da corretora digital, Marcelo Blay, a empresa entendeu que o negócio era complementar à fintech. “Há uma proliferação de insurtechs. A Minuto foi da primeira onda, em 2012, e só nós sobrevivemos. O consumidor ainda não está atrás dos produtos, é preciso criar uma cultura de seguros”, disse Blay.

Entre os fundadores da insurtech Darwin, Firmino Freitas e Carlos Alberto Souza Barros, a expectativa é que surjam alguns unicórnios entre as novas seguradoras. “Já vimos essa novela em outros segmentos do mercado financeiro”, disse Freitas em depoimento ao jornal. 

Barros lembrou que a flexibilização das regras do mercado de maquininhas provocou mudanças no setor que “evoluiu muito desde então e essa é uma janela que vemos hoje no mercado de seguros”, disse. 

O professor do departamento de contabilidade da FEA/USP Eduardo Flores disse que, além das mudanças regulatórias, a queda da taxa de juros foi primordial para o mercado de seguros avançar no Brasil. “Boa parte do resultado vinha de aplicações financeiras em títulos públicos e não da atividade securitária. Taxas de juros altas podem levar a um maior foco na gestão dos ativos garantidores, de forma a reduzir os esforços para criação de novos produtos alinhados a outros perfis de beneficiários”, disse, ao comentar conclusões de um paper recém-publicado.

A advogada Camila Calais, sócia do escritório Mattos Filho, também foi ouvida pelo jornal e disse que o interesse de investidores, entre eles os internacionais, nas novas empresas de seguro locais é crescente. “No Brasil, temos conhecimento e potencial para levar a expansão de insurtechs para a América do Sul”, disse.

Por enquanto, o maior investimento a uma startup ligada ao mercado segurador na região foi da chilena Betterfly, criada há apenas 10 meses. A rodada foi liderada pela DST Global, com um grupo de fundos como Softbank, Valor Capital e Endeavor Catalyst. A empresa levantou US$ 60 milhões para começar sua expansão internacional a partir do Brasil. 

A proposta é unir a venda de apólices a incentivos de vida saudável, numa plataforma associada a bem-estar. A empresa analisa o comportamento do usuário. Se tiver bons hábitos, ele pode melhorar a cobertura de seu seguro de vida. Uma grande seguradora vai fornecer o produto, disse Leonardo Lima, responsável pela expansão da Betterfly no Brasil. “Atuar na América Latina é nossa ambição de curto prazo. Próximas rodadas de investimento serão consequência da entrega do nosso trabalho”, afirmou.

A Flix, que faz parte do primeiro sandbox, recebeu seu primeiro investimento, de R$ 5 milhões, da gestora de venture capital Domo Invest. “Uma das principais responsabilidades do fundo é nos apoiar e nos direcionar nas próximas estratégias de captação”, disse o presidente da Flix, Luis Felipe Barranco. A Domo tem investimentos em 15 fintechs e já possui duas empresas da área de seguros além da Flix: Mutuus e 88i.

“Temos oportunidades e, também, desafios para o mercado, especialmente em relação aos canais de distribuição, fundamental para o modelo de negócios. Muitas seguradoras ainda oferecem um único produto”, disse Christian Wellisch, sócio-fundador da corretora de seguros Globus, que tem foco nos agentes autônomos. 

A empresa optou por levantar recursos por meio do crowdfunding de investimentos, realizado pela plataforma Beegin Invest. A expectativa é de levantar R$ 3,85 milhões e a empresa vai abrir mão de uma participação de 10,44%.

Fonte: NULL

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