Inquérito contra Dilma e Lula deve ser prorrogado
A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação do inquérito que investiga se os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva participaram de um acordo para obstruir as investigações da Operação Lava-Jato.
O relator do caso, ministro Teori Zavascki, deve pedir que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre a continuidade das investigações antes de decidir sobre os desdobramentos do inquérito.
Em dezembro, Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e os ministros do STJ Francisco Falcão e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas prestaram depoimentos sobre o caso. Falcão, Navarro e Cardozo também são investigados, assim como o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante.
A principal suspeita à qual Dilma respondeu em seu depoimento foi em relação às declarações do ex-senador Delcídio do Amaral Gomez que, em acordo de delação premiada, afirmou que a então presidente tentou interferir nas investigações por meio do Judiciário.
Segundo o ex-senador, Dilma indicou Marcelo Navarro para o cargo de ministro do STJ, com ajuda do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do então presidente da corte, Francisco Falcão, sob o compromisso de que ele votasse pela soltura de presos pela Lava-Jato, entre eles empreiteiros como Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo.
Em depoimento prestado em fevereiro de 2016, Delcídio disse ainda que a investida do Planalto para a nomeação de Navarro não era apenas um “abafa” imediato, mas algo de “maior amplitude e profundidade” que pudesse “mitigar os efeitos da Lava-Jato” e não apenas liberar esta ou aquela pessoa.
Além das declarações do ex-senador do PT a Procuradoria-Geral da República levou em conta, para pedir ao STF a abertura de inquérito contra Dilma, a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil, o que acabou não se concretizando.
Os investigadores sustentam que a escolha do ex-presidente tinha o objetivo de garantir foro privilegiado ao petista e, assim, permitir que seus inquéritos saíssem das mãos do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Fonte: Valor