Resseguro

Inovação será decisiva em nova fase do resseguro

A Howden Re, braço global de resseguros, mercados de capitais e consultoria estratégica da Howden, lançou o relatório “Quem ousa vence: Inovação em uma era de forte desaceleração do mercado”. O estudo revela que, desde 2022, ingressaram US$ 35 bilhões no setor de resseguros. O estudo afirma que “aqueles que combinam conhecimento de mercado com execução técnica, diversificação de portfólio e estruturas inovadoras estarão mais bem posicionados para ter sucesso nesta próxima fase do ciclo de resseguros”.

Segundo o relatório, em um período de “forte desaceleração do mercado, as resseguradoras devem adotar a inovação, a disciplina e a diversificação para sustentar o crescimento e a resiliência”. “Aqueles que inovam e se adaptam prosperarão”, afirma a Howden. “Exposições antes tratadas como riscos secundários — como tempestades convectivas severas, enchentes e incêndios florestais — já não podem ser consideradas secundárias.”

Desde 2020, as perdas por catástrofes naturais têm ultrapassado US$ 100 bilhões anuais, restringindo capacidade, corroendo margens e aumentando a cautela em relação a exposições de maior frequência.

O grupo ressalta ainda que os ramos de responsabilidade civil seguem desafiadores, mas a rentabilidade continua possível para resseguradoras dispostas a inovar e assumir riscos calculados. Cibersegurança, energias renováveis, MGAs e crescimento em mercados emergentes são algumas das oportunidades mapeadas.

Entretanto, nesta fase de desaceleração, a expansão da receita já não pode depender principalmente da dinâmica de preços. As seguradoras precisam inovar para manter o crescimento rentável, recomenda a Howden.

Após o recente ciclo de endurecimento de taxas (2022-2023), o setor entra em um período de desaceleração. As taxas vêm caindo, mas ainda permanecem elevadas diante de prêmios de risco estruturalmente mais altos. Esse movimento, segundo o relatório, parte de uma posição de solidez histórica nos preços, o que mantém amplas margens de rentabilidade para aqueles preparados para inovar e subscrever de forma seletiva.

A rentabilidade das seguradoras, de fato, melhorou nesse ambiente, com retornos bem acima do custo de capital. Ainda assim, as cedentes permanecem altamente expostas a catástrofes naturais, retendo 62% de toda a exposição modelada em 1º de janeiro de 2025. Os incêndios florestais em Los Angeles, em janeiro, representaram a maior perda individual para resseguradoras desde 2011, evidenciando um mercado em equilíbrio delicado.

A década de 2020 vem sendo marcada por turbulências e crises interligadas — dos efeitos persistentes da Covid-19 a conflitos geopolíticos, ataques cibernéticos, violência política e catástrofes naturais. Essas pressões, somadas à inflação e aos juros altos, remodelaram a dinâmica de rentabilidade e desafiam a alocação de capital.

Desde 2022, cerca de US$ 35 bilhões em novo capital entraram no setor, o equivalente a 7% do capital total dedicado ao resseguro — bem abaixo dos 15% a 17% observados em ciclos anteriores. A maior parte desse volume está concentrada em títulos vinculados a seguros (ILS), enquanto startups são raras, refletindo a cautela dos investidores e a preferência por alocações mais disciplinadas.

Nos ramos de responsabilidade civil, a pressão segue intensa devido à litigiosidade e à inflação social, especialmente em seguros gerais, automóveis comerciais e responsabilidade civil de resseguros nos EUA. Por outro lado, segmentos como indenizações trabalhistas e negligência médica permitiram que seguradoras reportassem redundâncias líquidas de reservas em 2024. Ainda assim, a Howden observa que esse ciclo de reservas é mais longo e superficial do que a crise de responsabilidade civil do início dos anos 2000.

Fonte: Sonho Seguro

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