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Índice financeiro pode superar Ibovespa no ano, diz analista

Acompanhado pelo bom momento da Bolsa brasileira e das ótimas perspectivas macroeconômicas para 2010, o mercado de capitais viu chegar nesta segunda-feira um índice composto por seguradoras, operadoras de cartões e bancos, batizado de Índice Financeiro (IFNC).
Dos 14 papéis que compõem o índice, seis são ON e o restante, preferenciais. Os pesos pesados são Itaú Unibanco PN, com 20,32% da composição total, Itaúsa PN, com pouco mais de 16%, Bradesco PN (15,46%), BM&F Bovespa ON (16%) e as ações ordinárias do Banco do Brasil, com mais de 10%. As demais ações, juntas, respondem por pouco mais de 22% do total.
Apesar do recente lançamento, o comportamento do índice é registrado desde dezembro de 2004. Já em 2005 veio sua maior valorização nominal, de pouco mais de 100%, quando o índice de fechamento nominal passou dos 1000 pontos iniciais para 2.006 pontos.
Depois de outra valorização expressiva em 2006, de 50% – atingindo a casa dos 3.000 pontos -, vieram baixas em 2007 (-9,39%) e 2008 (-31,3%). No mesmo ano em que o Ibovespa – termômetro da Bolsa de Valores – sofreu forte recuperação de quase 80%, o IFNC acompanhou e tendência e encerrou o ano com alta de 73,88%, aos 3.284 pontos. Após a alta de 0,16% de ontem, o índice chegou aos 3.502 pontos.
Com a previsão do crescimento do crédito para esse ano e a recuperação de valor de papéis do Bradesco e do Itaú, que não subiram tanto quanto podiam no ano passado, é provável que o IFNC se valorize mais que o próprio Ibovespa que, segundo analistas do mercado, deve encerrar o ano entre os 80 e 85 mil pontos, valorização de mais de 20% no ano. Pelo menos é o que espera o vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Keyler Carvalho.
“Os bancos brasileiros, com grande peso nesse índice, não foram fortemente atingidos pela crise e tem a seu favor em 2010 uma série de fatores. Primeiro o risco do crédito diminuiu, por conta da redução da inadimplência de pessoa física e jurídica. Há ainda a perspectiva de que a taxa básica de juros volte a subir em 2010. [Caso o cenário se confirme], o índice deve crescer mais que o Ibovespa”, afirma.
Eduardo Oliveira, da Um Investimentos, chama atenção para o grande número de IPOs que devem ocorrer nesse ano, motivando o aumento de pessoas físicas no mercado e estimulando os papéis da BM&F Bovespa, que também devem apoiar a valorização do novo índice. “Tudo que influencia o volume da Bolsa reflete na empresa e no papel”.
Para ele, a estratégia de consolidação do Bradesco, com a exploração de “espaços ainda desbancarizados” deve dar fôlego aos papéis da instituição enquanto o Banco do Brasil será ainda mais procurado por investidores em decorrência das investidas nas aquisições de outros bancos.
“Por ser um banco estatal [BB] muitas aquisições são feitas por preços não tão atraentes, mas a estratégia vem sendo bem sucedida, refletindo no preço dos papéis. Tudo indica que deverá continuar assim, podendo ser um bom driver de crescimento para o índice”, explica.
Mas o fator decisivo no índice serão os resultados do Itaú Unibanco, estima Oliveira. “A nova instituição deve prevalecer sobre as demais [bancos] privadas e competir globalmente por conta de ganhos de sinergia com a fusão de operações, base de clientes e poder de barganha.”
Cartões
Embora com pequeno peso no índice, os papéis das grandes operadoras de cartões do mercado brasileiro, Cielo e Redecard, estima o executivo do Ibef, têm grande potencial de valorização neste ano, inibido no ano passado por conta da crise e também da possibilidade de aumento da concorrência no mercado a partir da entrada de outras operadoras, assunto em estudo no Banco Central. No índice, a Redecard tem um pouco mais de espaço: 5,905% contra 5,626% da Cielo.
“Essa possibilidade de mudar as regras do jogo reflete no preço das ações, porque o investidor prefere esperar e ver no que vai dar. Depois da definição, os papéis poderão recuperar o valor que não veio no ano passado”.
De acordo com analistas, o Índice Financeiro, que estreou este ano na Bovespa, deve ter em 2010 um rendimento maior que o principal índice do mercado, o Ibovespa.

Fonte: DCI OnLine

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