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Indicador de incerteza recua após duas altas, mas deve voltar a subir

Após duas altas consecutivas, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), novo índice elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 9,1 pontos entre dezembro e janeiro, para 127,3 pontos, favorecido por diminuição de incertezas nos quadros político e econômico, no período. No entanto, mesmo com o recuo, o indicador em sua segunda divulgação registrou o maior nível para meses de janeiro da série histórica do índice, iniciada em 2000.

O economista Pedro Costa Ferreira, da FGV, descartou novos recuos no curto prazo. Dois novos fatores podem elevar o grau de incerteza no cenário econômico do país. Um deles é a homologação da delação dos executivos da Odebrecht pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Decisões impopulares do novo presidente dos EUA, Donald Trump, que afetam o cenário externo, também podem ter impacto negativo no Brasil, avaliou.

Entre os três componentes que integram o indicador, o que mais contribuiu para a evolução do indicador no mês foi o IIE-Br Mídia, responsável por 8,7 pontos dos 9,1 pontos de queda. O resultado indica menos menções ao termo “incerteza” e correlatos em reportagens sobre economia.

O IIE-Br Expectativa também contribuiu para a queda do IIE-Br, em 0,9 ponto. Já o IIE-Br Mercado por sua vez, foi o único componente a avançar no mês, elevando em 0,5 ponto o indicador na comparação com o mês anterior.

O cenário não deve se repetir nos próximos meses, prevê o economista. Para ele, o impacto das notícias sobre Odebrecht e Trump não vai contribuir para reduzir o sentimento de incerteza em relação à economia. Ao contrário. O indicador deve voltar a subir.

Para Ferreira, o indicador poderia recuar a um patamar de neutralidade, classificado pela fundação entre 95 pontos e 105 pontos somente depois de resolvida a questão da dívida pública, “que gera muita incerteza econômica”, disse. Para ele, ainda é cedo para prever quando o índice poderia chega a esse estágio, mas isso não deve ocorrer no curto prazo, ponderou.

Fonte: Valor

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