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Habitação em marcha lenta

Reduzir o déficit habitacional, estimular a economia e fortalecer a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Esses três objetivos traçados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lançar o Programa Minha Casa, Minha Vida estão longe de ser alcançados. É o que revela um levantamento apresentado na reunião ministerial da última segunda-feira pela presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Ao fazer um balanço dos 100 dias iniciais do programa, Maria Fernanda disse que, até 10 de julho, foi contratada a construção, em todo o País, de 18.687 moradias. Ou seja, 1,8% da meta de 1 milhão de casas populares fixada pelo governo.
Apesar do baixo percentual, Lula determinou a auxiliares que mantenham o discurso de otimismo em público. A ideia é repetir a estratégia usada nos embates sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No caso, alegar que os números são baixos porque o projeto está em fase inicial e prometer um canteiro de obras a partir do próximo ano. Temos resultados a mostrar, diz o ex-deputado Moreira Franco, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa. Ele ressalta o fato de o banco já ter recebido propostas de construção de 145 mil unidades.
Se todas forem aprovadas e realizadas, garantirão o cumprimento de 14,5% da meta oficial. A análise que a Caixa faz dos projetos tem de ser criteriosa, para que não haja problemas depois, acrescenta Franco. Nos bastidores do Planalto, há preocupação com a morosidade do processo burocrático e a falta de sintonia entre a instituição financeira e o Ministério das Cidades, pasta envolvida diretamente no Minha Casa, Minha Vida. Principal parceiro empresarial do governo no programa, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ecoa o otimismo palaciano.
Em dois meses, estará tudo nos eixos, afirma o presidente da CBIC, Paulo Simão, para quem 700 mil moradias estarão em construção ou concluídas em julho de 2010, três meses antes da disputa presidencial. É nisso que apostam Lula e Dilma. Precisamos deslanchar. Se não houver um entrosamento entre empresários e governos, não haverá avanço, destaca Simão.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, o tal entrosamento não existe. Chamado de chato por assessores palacianos, Ziulkoski diz que a maioria das prefeituras não está preparada para cumprir as exigências feitas pelo governo federal em troca da liberação de recursos. Dos 575 municípios com mais de 100 mil habitantes do País, por exemplo, 420 estariam em dívida com a União e, consequentemente, não teriam condições de receber repasses federais.
Colaborou Ana Maria Campos

Fonte: DCI OnLine

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