Ha Opção
Não que o assunto seja uma surpresa para nós, tão pouco inédito, mas… Recebi a visita de um dos diretores da minha empresa. No caso, um francês. Após uma série de reuniões, fomos almoçar. Pois bem, papo vai, papo vem, começamos a falar sobre “amenidades”. Economia, família, lazer, enfim, conversa normal. Até que o assunto entrou na questão da SEGURANÇA. Esclareci sobre a atuação das organizações criminosas no Rio de Janeiro, como atuam, o quão impunes tornaram-se, o quanto afetam nosso dia-a-dia cada vez mais, e diversas outras características. A cada comentário, uma reação mais espantada. O francês cada vez mais surpreso. Olhava-me como se não estivesse entendendo como é que um ser humano normal, no caso eu, poderia conviver com aquilo. Como podíamos viver daquele jeito? Aí então, me dei conta. Calei-me. Sim, porque cheguei à conclusão de que aquele assunto estava tornando-se comum para mim. Acostumei-me com ele. Pior, me acostumei com a situação em si. Com o fato de vivermos à mercê dessa insegurança, e alterarmos nossa vida diariamente por conta disso. Acostumei-me com o fato de achar que NÃO TEM OPÇÃO. Terminado o almoço, mais uma rodada de reuniões e fim. Fui para casa e vi minhas duas filhas. Lindas, saudáveis, felizes, jovens crianças. O que acontecerá com elas? O que será delas quando crescerem? Será que crescerão vendo meninos batendo à janela de nosso carro? Vendo senhoras “cineastas” arriscando suas vidas em prol do bem comum? Será que poderão viver felizes? Ou será que nosso fim (ou começo não sei) dependerá de nos mudarmos de cidade? Não, não pode ser! Não quero! Amo esta cidade, e farei a minha parte (se tiver que começar não mais falando sobre o assunto com estranhos, que seja…). Acredito, por fim, que a OPÇÃO deva partir de nós. De todos nós. E a OPÇÃO existe. Basta acreditarmos. Tenho certeza. Ana Cláudia Calil Gerente de Qualidade e Recursos Humanos Europ Assistance Brasil 21 3804-6030 21 8778-8531.