Há o risco de desidratação da reforma
A retomada da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na próxima semana vai indicar o grau do risco de desidratação da proposta do governo.
Dificilmente, será possível construir um acordo com os partidos de centro sem nenhuma alteração no texto original, mas o governo ainda trabalha para conter mudanças drásticas.
Estão na mesa pelo menos duas alterações que mexem com o núcleo da proposta e que o governo não gostaria de mexer: o fim do abono salarial para quem ganha mais de um salário mínimo e a possibilidade de fazer alterações futuras nas regras de aposentadoria sem mexer na Constituição.
Segundo o governo, a mudança na regra do abono salarial representa cerca de 15% da economia prevista com a Nova Previdência em dez anos.
Se a votação na CCJ gerar a mudança desses dois pontos, o risco de aprovação de uma reforma muito desidrata será alto.
Porque haverá ainda uma segunda etapa de negociações na comissão especial, onde já é dada como certa a rejeição das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.
E é nessa segunda fase ainda que devem se concentrar as pressões de sindicatos de servidores públicos e de categorias que reivindicam regimes especiais de aposentadorias.
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