Guerra sem quartel
O PT e a coligação que apóia a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram com Representação no Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta-feira (18/10) com pedido de direito de resposta contra a revista Veja. O relator da matéria é o ministro Marcelo Ribeiro.
A ação tem como alvo a Editora Abril, que publica a revista, representada pelo presidente, Roberto Civita e mais o diretor de redação, Eurípedes Alcântara; o redator-chefe, Mário Sabino; e os editores-executivos, Carlos Graieb, Jaime Klintowitz, Marcio Aith, Marcos Emílio Gomes e Vilma Gryzinski.
A Representação acusa a Veja de publicar reportagem caluniosa, difamatória, injuriosa e inverídica, que atingiu a honra do candidato-presidente, de sua coligação e do PT.
Segundo os advogados dos autores, a reportagem de capa intitulada Dossiêgate – Limpeza de Alto Risco, faria afirmações precipitadas (respaldadas em denúncias anônimas) e criminosas, revelando um jornalismo acusatório, com nítido, claro e inequívoco propósito eleitoral. Os representantes afirmam que o objetivo da matéria é prejudicar o presidente Lula às vésperas da votação do segundo turno.
A Representação contesta a reportagem Um enigma chamado Freud, com o subtítulo Ele e o dossiêgate são como fogo e dinamite. Por isso, uma operação está em curso para mantê-los afastados. Se ela falhar, será um deus-nos-acuda.
Segundo os representantes, a referida operação em curso é descrita pela revista como uma sucessão de crimes, cometidos, um após o outro, para encobrir a origem do dinheiro usado para compra do dossiê. Acrescentam, também, que o enredo utilizado pela revista utiliza o ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy como uma espécie de blindagem ao presidente Lula.
Os advogados sustentam que a revista recorre a um tom acusatório, mesmo não sendo ela o Ministério Público, a Polícia Federal ou a Justiça Eleitoral para fazer acusações. Citam trechos da publicação que comprovariam o tom inquisitório da publicação: Todos os fatos, indícios e versões até agora apontam para o cometimento de crime eleitoral, cuja pena é a cassação do registro da candidatura do envolvido neste caso, o presidente Lula ou a perda do seu mandato.
Os advogados classificam de terrorismo eleitoral o fato de a revista afirmar que há envolvimento do candidato Lula em supostos ilícitos e crimes, fazendo correlação com o resultado das eleições, a duas semanas do pleito.
Ainda segundo os representantes, o texto faz acusações contra a coligação A Força do Povo ao falar da arrecadação dos fundos de campanha, referindo-se a caixa-dois, crimes eleitorais e captação ilícita de recursos. Alegam também ofensa ao Partido dos Trabalhadores observada em trechos como: O PT arriscou o pouco que restou de sua imagem na compra fracassada do dossiê falso contra os tucanos. De acordo com os representantes, tal afirmação leva a crer que toda a legenda esteve envolvida na suposta compra do dossiê.
Fonte: Revista Consultor Jurídico