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Grupo VR e Unibanco fecham parceria para venda de produtos

Claudia Facchini e Altamiro Silva Júnior
O Grupo VR, uma das maiores empresas de vale refeição do país, e o Unibanco anunciam hoje uma parceria para a comercialização de um pacote de produtos que inclui desde os tradicionais benefícios para funcionários até seguros, crédito consignado, planos de previdência e empréstimos para capital de giro.
A parceria pode evoluir para algo parecido com o que tem acontecido no varejo, ou seja, a criação de uma empresa específica em que cada uma das partes detém 50% do capital. Mas por enquanto, o acordo prevê apenas a comercialização dos produtos.
Com isso, o Unibanco passa a ter acesso aos departamentos de recursos humanos das 20 mil companhias atendidas pela VR. Já a empresa passa a contar com um novo canal de distribuição, que são as 1,5 mil agências e a equipe de 11 mil vendedores do banco. Hoje, a VR tem apenas 100 vendedores.
Com o acordo, os dois lados se fortalecem para enfrentar a cada vez maior concorrência da Visa Vale, criada em 2003 pelo Bradesco, Banco Real e Banco do Brasil para disputar o mercado de vales refeição. Na época, a entrada destes três grandes bancos neste segmento irritou as empresas já estabelecidas que chegaram até a apelar às autoridades antitruste para impedir a formação da Visa Vale, sem sucesso.
Usando bancos como principal canal de distribuição, a Visa Vale conseguiu, em apenas três anos, sair do zero e chegar a um faturamento de R$ 3,8 bilhões previsto para este ano.
Aliados, a VR e o Unibanco complementam seus portfólios de produtos. `O mercado está mudando. Tanto o setor bancário, quanto o de benefícios. Cada vez mais os bancos querem oferecer serviços e não depender apenas das receitas financeiras`, afirma Cláudio Szajman, presidente da VR.
O acordo também mostra que, com a explosão do crédito consignado, os departamentos de RH das empresas viraram o novo filão para os bancos, assim como aconteceu com o varejo.
Nos últimos três anos, os bancos pagaram somas consideráveis para ter acesso às carteiras de crédito e de clientes dos lojistas. Só o Unibanco, por exemplo, associou-se ao Wal-Mart, Magazine Luiza e Ponto Frio. A atual parceria com uma empresa de vale refeição pode ser um sinal de que outros bancos também busquem acordos semelhantes no futuro.
A partir de agora, por exemplo, todo o funding das operações dos empréstimos com desconto em folha que eram feitos pelo banco da própria VR virão do Unibanco. Inicialmente, as receitas com as vendas da cesta de produtos (chamada de Smart VR cesta de benefícios) serão divididas em partes iguais. Mas Szajman não deu detalhes de como será calculada esta partilha.
Nos últimos anos, o Grupo VR investiu R$ 120 milhões em tecnologia para migrar dos vales em papéis para os cartões com chip. Hoje, 95% dos vales da empresa já são em plástico. Em alguns concorrentes da VR, até 60% dos vales ainda são em papel. A digitalização, porém, levou a VR a enxugar o quadro de funcionários de 1.200 pessoas para 400 em pouco mais de um ano.
A VR deve fechar 2006 com crescimento de 15% e faturamento de R$ 4 bilhões. O acordo com o Unibanco, segundo Szajman, será uma peça chave para que a VR consiga cumprir sua meta de dobrar de tamanho em quatro anos. A VR, que hoje possuiu 2,2 milhões de cartões, acredita que poderá emitir mais 1 milhão com a nova parceria.[1]
O mercado de benefícios está atrelado ao crescimento do mercado formal de trabalho e por isso vem registrando baixo crescimento nos últimos anos, o que tem acirrado a disputa entre as quatro maiores pelo mercado. Além da brasileiras VR e Visa Vale, também disputam esse mercado as francesas Ticket e Sodexho, que juntas faturam quase R$ 15 bilhões por ano. `A Visa Vale cresceu em cima de um mercado que já existia`, avalia o presidente da VR. Para 2006, a previsão é que o mercado cresça em torno de 6%.

Fonte: Valor

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