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Graça Foster diz que prejuízo com compra de refinaria pode ser revertido

Em novo depoimento no Congresso Nacional, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta quarta-feira (30) que o prejuízo de US$ 530 milhões com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), poderá ser revertido “total ou parcialmente”. No entanto, a dirigente da estatal do petróleo ressaltou, durante audiência na Câmara, que a eventual recuperação dos prejuízos dependerá de fatores externos, como a realização de investimentos na planta de refino norte-americana.”As perdas da Petrobras podem ser revertidas total ou parcialmente. Mas, para isso, é preciso melhorar o potencial de refino, haver aumento do consumo de derivados e fazer novos projetos de investimentos”, ponderou a presidente da estatal ao prestar esclarecimentos sobre a compra da refinaria na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.A aquisição da refinaria do Texas é alvo de investigações do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União (TCU). O negócio polêmico também deverá ser investigado por uma comissão parlamentar de inquérito no Senado. Ao todo, a Petrobras desembolsou US$ 1,25 bilhão pela planta de refino. Em 2005, segundo informações da própria estatal, a empresa belga Astra Oil havia gasto US$ 360 milhões para comprar a refinaria.Graça Foster disse aos deputados federais que a Petrobras tem tentado melhorar o potencial de refino e os projetos de investimentos, porém, explicou a dirigente, o consumo norte-americano ainda está em baixa. Ela repetiu argumento já sustentado no Senado de que a aquisição da usina, em 2006, seguia o planejamento estratégico da Petrobras de aumentar a capacidade de refino no exterior.Mau negócioDurante a audiência pública, a presidente da Petrobras voltou a afirmar que a aquisição da refinaria “não foi um bom negócio”. Ela, entretanto, defendeu que, na época da compra da planta de refino o negócio “era pontencialmente bom”.”No conjunto, se a gente soma [os dados] o negócio era potencialmente bom, e se olha agora a situação que aconteceu em Pasadena, definitivamente, não foi um bom negócio, no conjunto das análises. Qualquer perda que se tem no início é muito ruim”, destacou Graça Foster.Durante a audiência, a dirigente da Petrobras também foi questionada sobre o motivo de o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró não ter sido demitido em 2008, ano em que o Conselho de Administração tomou conhecimento que ele havia omitido duas cláusulas importantes ao apresentar a proposta de compra de metade da refinaria dos Cerveró é o autor do relatório considerado “falho” pela presidente Dilma Rousseff por não ter detalhado as regras aos conselheiros da Petrobras. Ele foi destituído do comando da área internacional após o Conselho de Administração ter sido informado sobre o teor das cláusulas Marlim e Put Option, que causaram o prejuízo de US$ 530 milhões à companhia brasileira.A primeira cláusula exigia um lucro mínimo anual à Astra Oil, sócia da Petrobras na refinaria, independentemente do mercado. A segunda obrigava uma das sócias a comprar a parte da outra em caso de litígio. Foi essa regra que obrigou a Petrobras a desembolsar US$ 1,25 bilhão pela refinaria.Depois de deixar a diretoria da Petrobras, Cerveró foi nomeado diretor financeio da BR Distribuidora, uma subsidiária da estatal. Ele deixou o cargo somente após Dilma criticar publicamente seu relatório.”Não fazia parte do Conselho naquela época e não posso responder a essa pergunta”, respondeu Graça Foster ao ser indagada sobre a permanência de Cerveró na empresa nos últimos seis anos.

Fonte: O Globo

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