Governo vê risco de reformas não avançarem
Além do noticiário sobre o coronavírus, as notícias vindas de Brasília também não são animadoras. Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica já começa a ver riscos de não avançarem rapidamente, neste primeiro semestre, as três pautas que eram dadas como certas para aprovação pelo Congresso: o projeto de autonomia do Banco Central e as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e dos fundos públicos.
Os ânimos mais acirrados com o Parlamento, depois que o presidente Jair Bolsonaro disparou de seu celular um vídeo convocando apoiadores a irem às ruas para defendê-lo contra o Congresso, colocou a pauta em suspense e ampliou as incertezas da agenda econômica.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o mais cobrado pelas lideranças partidárias da Câmara e do Senado, que o acusam de ter descumprido o acordo do Orçamento impositivo, que amplia poderes dos parlamentares na destinação dos recursos para programas e ações do governo.
A notícia também contribuiu para aumentar o CDS (seguro contra calote da dívida pública). O receio do mercado é que isso possa de alguma forma atrasar a agenda de reformas do país, essencial para que o Brasil retome o crescimento e ganhe créditos com as agências de classificação de risco mais para frente.
Depois de ter atingido a máxima de 126,9 pontos na máxima da sessão de hoje, o CDS de cinco anos do Brasil recuou um pouco para a casa de 123 pontos por volta de 17h30 (de Brasília). Ainda assim, representava um avanço de 12,5% sobre o fechamento de ontem (109,4 pontos). Na semana, o indicador sobe 25%.
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