Governo espera que parte do FGTS ajude famílias a liquidar dívidas
O saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), liberado a partir do dia 10 de março, poderá injetar até R$ 40 bilhões na economia, segundo o presidente Michel Temer. O governo tem a expectativa de que parte dos recursos seja usado pelas famílias para o pagamento de dívidas e, dessa forma, reduza a inadimplência no país.
Entre 10 de março de 31 de julho, 30,2 milhões de pessoas poderão retirar os recursos das contas inativas. Os trabalhadores que pediram demissão ou que foram demitidos por justa causa até 31 de dezembro de 2015 terão direito ao saque. Segundo o governo, o saldo de todas as 49,6 milhões de contas inativas chega a R$ 43,6 bilhões.
“Se todos sacarem, serão R$ 40 bilhões ingressando na economia”, afirmou Temer ontem, em evento no Palácio do Planalto para divulgar o cronograma dos saques. Os valores serão liberados de acordo com o mês de aniversário do trabalhador.
O presidente disse que a medida foi implementada em “face do ajuste fiscal, que corre paralelamente ao ajuste social”, e citou a reforma trabalhista como exemplo do ajuste social. Temer afirmou também que a proposta, enviada ao Congresso por meio de uma medida provisória, pode ajudar as famílias endividadas a terem “uma certa tranquilidade social”.
A expectativa de recursos divulgada pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, é menor do que a do presidente: entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões. O ministro reforçou que o governo espera a redução da inadimplência e, com isso, a diminuição dos custos da operação de crédito pelos bancos. “O pior já passou, e começamos a ver um cenário de melhora das variáveis da atividade econômica”, disse Oliveira.
Na cerimônia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o saque das contas inativas “atende a um objetivo da política econômica de criar mais emprego e renda”. Meirelles disse que a medida faz parte de “um processo de diminuição do tamanho do Estado”. “O Estado começa cada vez mais a não tutelar as pessoas. Cada um tem o direito de alocar os recursos como achar melhor”.
Fonte: Valor