Governo dos EUA executa 1ª mulher em quase 70 anos
O governo federal dos Estados Unidos executou, nesta quarta-feira (13), uma mulher condenada por um crime pela primeira vez depois de quase 70 anos.
Esse é um dos últimos atos do governo de Donald Trump. O presidente, um defensor da pena de morte, ignorou uma petição de clemência apresentada por apoiadores de Lisa Montgomery, de 52 anos, a condenada.
Lisa Montgomery, condenada por matar, remover e roubar o bebê de uma mulher grávida no Missouri, foi morta com uma droga letal, o pentobarbital.
A execução chegou a ser suspensa por um juiz de Indiana, mas o Supremo reverteu a decisão e ordenou que o ato prosseguisse.
A defesa de Montgomery, que tentava impedir a execução, alegava que ela sofria de distúrbios mentais.
Foi a primeira mulher executada pelo governo federal dos EUA desde 1953 — os estados seguiram com execuções nesse intervalo, no entanto.
17 anos sem execuções
O governo de Donald Trump retomou as execuções depois de um hiato de 17 anos.
Desde a retomada, em julho, dez homens receberam a pena de morte.
Além de Montgomery, o governo Trump planeja executar dois afro-americanos esta semana: Corey Johnson na quinta-feira e Dustin Higgs na sexta.
Nesses casos, há incerteza após a decisão de um tribunal federal de bloquear suas execuções. Os dois condenados à morte contraíram recentemente Covid-19, e a injeção letal poderia lhes causar sofrimento ilegal, consideraram os juízes.
Ex-agentes penitenciários de Terre Haute, por sua vez, escreveram ao secretário de Justiça interino, Jeffrey Rosen, pedindo-lhe que adiasse essas execuções “até que os funcionários da prisão sejam vacinados contra a Covid-19”.
Uma execução exige que dezenas de pessoas permaneçam em um ambiente fechado, um ambiente propício à disseminação do vírus. Por esse motivo, os estados suspenderam as execuções por meses.
A postura do governo Trump vai no sentido contrário, desejando prosseguir com as execuções o mais rápido possível antes de deixar o poder.
“Nas últimas horas da presidência de Trump, há uma corrida para executar pessoas que estão no corredor da morte há anos ou mesmo décadas. É uma loucura”, denunciou o senador democrata Dick Durbin na rádio NPR na segunda-feira.
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