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Gávea se prepara para ingressar no segmento de previdência privada

Remando contra uma forte correnteza, a Gávea Investimentos, empresa que tem como sócio o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, deverá ingressar no mercado de previdência privada em meados do próximo mês. A idéia é criar um plano cuja estratégia de gestão se assemelhe ao Gávea Brasil, o fundo mais popular e arriscado da casa. No entanto, o Gávea Brasil, assim como praticamente todos os planos PGBL ou VGBL com renda variável, vêm sofrendo bastante nos últimos meses. No ano, até sexta-feira, o fundo da gestora carioca caía 4,83%, segundo o site Fortuna.
O cenário atual é visto como um momento de oportunidades e muito propício para se iniciar uma aplicação que tende a durar décadas, explica Marcelo Stallone, sócio e responsável pela gestão da Gávea. “A beleza da estratégia é poder adaptar nossa gestão a um produto com um bom benefício fiscal”, diz Stallone.
Apesar das restrições legais dos planos de previdência – como o limite de aplicação em ações de até 49% do patrimônio e a impossibilidade de se investir em derivativos ou no exterior -, com criatividade, é possível tomar outras posições que repliquem a rentabilidade desses ativos, explica o sócio da casa. “A estratégia é a mesma, mas a tática muda”, comenta ele.
Segundo Stallone, esse plano com bolsa nem deverá bater no limite de 49% em ações na maioria do tempo. Ele estima que, para ter um retorno similar ao Gávea Brasil – que é um fundo com estratégia macro (ou seja, que busca antecipar as tendências de longo prazo para os ativos com base em análises macroeconômicas) -, o plano deverá ter normalmente algo entre 10% e 30% do patrimônio investido em renda variável.
Além do plano com renda variável, que deverá seguir de perto a rentabilidade do Gávea Brasil, a gestora vai lançar um plano puro de renda fixa. Em ambos os casos, haverá gestão ativa de riscos de mercado, mas não de risco de crédito de empresas privadas.
Os planos têm valor mínimo de aplicação de R$ 100 mil, sem taxa de carregamento. As taxas de administração serão de 2% no fundo com bolsa e de 1,25% ao ano no de renda fixa puro. Os planos estarão disponíveis nas modalidades PGBL e VGBL e serão lançados em parceria com a seguradora Unibanco AIG.
Stallone conta que o plano teve um processo longo de maturação para que se chegasse em um modelo que pudesse ter taxas modestas aos participantes. “Nesses planos, o que se cobra de taxa faz toda a diferença no retorno”, avalia.
Além de chegar em um momento conturbado do mercado ao segmento de previdência, a Gávea acompanha a tendência de alguns concorrentes que não tiveram tanto sucesso no setor. O patrimônio de planos de previdência de outros gestores independentes não conseguiu somar mais do que algumas dezenas de milhões. Stallone, porém, espera que o plano cresça, ainda que gradualmente, de duas formas: pelos insatisfeitos com outros gestores de previdência, que poderiam migrar para a Gávea; e entre os já clientes que ainda não têm previdência e queiram desfrutar dos benefícios fiscais da modalidade.
Os planos de previdência da Gávea Brasil deverão ser distribuídos pelo canal do Unibanco – que oferecerá um sistema de acompanhamento da aplicação pela internet – e também pelo acesso que a gestora independente tem com aqueles que já são seus clientes. Os produtos ainda aguardam autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para captar.

Fonte: Valor

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