G20 luta para mostrar que Europa pode salvar euro
Líderes mundiais tentaram nesta terça-feira convencer os mercados financeiros de que a Europa pode se mover rápido o suficiente em direção a uma grande reformulação de seus sistemas bancários, o que poderia ajudar a resolver a crise da dívida e restaurar a confiança em uma recuperação global vacilante.
Na cúpula das 20 principais economias do mundo, o G20, a Europa sinalizou que estava considerando a integração do setor bancário da zona do euro, uma grande reforma pretendida pelos Estados Unidos e por outras nações para quebrar o ciclo de países altamente endividados resgatando bancos em dificuldade, o que aprofunda ainda mais as dívidas dos governos.
Mas a notícia de que o G20 estava preparando uma declaração firme para uma retomada do crescimento global e do emprego, juntamente com a promessa da Europa de ação, trouxe pouco alívio para os investidores.
Cresceram os riscos de que a Espanha, a quarta maior economia da zona euro, precisará de um resgate internacional total, na medida em que os custos de empréstimos de títulos de curto prazo saltaram cerca de dois pontos percentuais e os rendimentos da dívida de longo prazo ficaram acima de 7 por cento, aumentando o perigo de o país ser bloqueado dos mercados de crédito.
O presidente francês, François Hollande, disse que ele e a chanceler alemã, Angela Merkel, os atores centrais para a resolução da crise que se estende por mais de dois anos, estavam cientes de que a zona do euro é responsável por fornecer as soluções.
“Merkel e eu sabemos que a Europa tem que apresentar a sua própria resposta”, disse ele à margem do G20. “A resposta não deve ser dada a nós do exterior.”
“O FMI (Fundo Monetário Internacional) não está lá para escorar a zona do euro, mesmo que tenha feito isso em alguns países, como vimos na Grécia”, acrescentou.
Os perigos de que a escalada da crise da dívida da Europa possa levar a economia mundial para a recessão pela segunda vez em menos de quatro anos dominaram as sessões de segunda-feira entre os líderes do G20, que representam mais de 80 por cento da produção mundial.
Fonte: Reuters Brasil