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Fundos estrangeiros ainda querem investir no Brasil

Vários fundos de investimentos internacionais continuam interessados em investir no mercado de seguros e resseguros brasileiro, independentemente da crise financeira.
Segundo o consultor e advogado Fábio Torres, que esteve nos Estados Unidos na semana passada, para participar de encontros com investidores, resseguradores e seguradores estrangeiros, a crise apenas adiou por alguns meses os novos aportes de recursos no Brasil: “esses fundos têm interesse maior em investir nas resseguradoras estrangeiras que estão se instalando no mercado brasileiro, atraídas pela abertura. São fundos que permanecem capitalizados, apesar da crise”, afirma o consultor, do escritório Torres, Medina e Associados, especializado no mercado de seguros e resseguro.
Embora não fale no total que pode ser investido no País, montante que depende de “fatores diversos”, ele revela que esses novos aportes podem chegar já no início de 2009, dependendo da análise dos balanços e de sinais da retomada da economia.
Nas conversas com os investidores e resseguradores, ele apurou também que há muita preocupação com a questão da regulação de sinistros. Pela legislação brasileira, essa tarefa cabe às seguradoras: “os resseguradores querem trazer novos tipos de coberturas para o País. Algumas, já registram produtos na Susep (Superintendência de Seguros Privados), através das seguradoras às quais estão ligadas. Mas, há essa preocupação com a liquidação de sinistros”, observa o consultor.
Outro ponto que vem abordado com freqüência nos encontros com representantes de grupos estrangeiros é a participação de resseguradoras cativas, controladas por multinacionais e grandes corporações. No início desta semana, a Marsh realizou, em São Paulo, um seminário para discutir esse problema.
Segundo Fabio Torres, que participou do encontro, as multinacionais querem que as cativas atuem no Brasil, basicamente para cobrir os seus próprios riscos. Contudo, a Lei Complementar 126/07, que promoveu abertura no resseguro, proíbe a atuação no Brasil – como resseguradoras eventuais – das cativas que têm sede em paraísos fiscais, o que é o caso da maioria daquelas empresas.
Como é muito difícil alterar o texto de uma lei complementar, qo que exige quórum privilegiado (dois terços dos votos dos congressistas), o mercado busca alternativas: “estamos realizando uma profunda análise jurídica para encontrar uma solução. Tenho certeza que nós, consultores jurídicos, junto com os corretores de resseguro, encontraremos uma alternativa”, salienta.[7]
Ele explica que a atuação das cativas no País é fundamental para reduzir o chamado “custo Brasil” para as multinacionais, especialmente no caso dos bens de produção, onde é maior o desembolso para o pagamento do seguro.

Fonte: Jornal do Commercio

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