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Fundos de previdência ampliam as apostas em renda variável

As quedas registradas pelas bolsas de valores neste início de ano, devido à crise do crédito desencadeada pela alta inadimplência do mercado imobiliário americano, não reverteu a tendência dos fundos de previdência privada de investir mais na renda variável, delineada a partir de 2007. É o que detecta pesquisa das consultorias NetQuant (análise de risco) e Towers Perrin (recursos humanos) com 280 fundos.
No ano até o dia 14 de fevereiro, foram destinados para aplicações em fundos com renda variável R$ 1,69 bilhão, enquanto nos ativos com renda fixa os resgates superaram os novos aportes em R$ 737,89 milhões. Com isso, a captação liquida no período ficou em R$ 950,7 milhões de acordo com a pesquisa. No mesmo período de 2007, a captação líquida foi superior à deste ano (R$ 1,16 bilhão). Mas foi praticamente meio a meio entre a renda variável e a renda fixa: R$ 632,35 milhões em fundos com renda variável e R$ 536 milhões em renda fixa, incluindo os fundos multimercados sem renda variável.Tradicionais investidores da renda fixa, os fundos de previdência começaram a repensar suas metas de alocação de recursos depois que os bons indicadores econômicos do País fizeram as taxas de juros entrarem em um processo decrescente. A expressiva valorização da Bovespa, que atingiu 43,64% em 2007, porém, ajudou a apressar a mudança. Segundo o sócio-diretor da NetQuant, Marcelo Nazareth, mais uma variável contribuiu para a nova tendência nas aplicações. “O aumento da captação na renda variável mostra que o investidor está cada vez mais conscientizado de que a previdência é um investimento de longo prazo e que renda variável é adequada para esse perfil.”
Além disso, uma troca agora seria perder dinheiro, já que não há sequer previsão para o prazo de duração da crise e que a lógica do mercado de ações é comprar na baixa, acrescenta o diretor. Nos primeiros 14 dias de fevereiro, os fundos com alocação de até 50%, 30% e 15% em renda variável perderam, em média, 0,47%, 0,01% e 0,47%.
A pesquisa mostra que há mais espaço para alocação em ações. O patrimônio total em ações dos fundos de previdência com perfil de 15%, 30% e 50% em ações era de R$ 4,26 bilhões até o dia 14 de fevereiro. Se tivessem alocado o percentual máximo permitido para cada um desses perfis, o patrimônio total em renda variável seria de R$ 7,65 bilhões. O patrimônio líquido total até 14 de fevereiro atingiu R$ 92,71 bilhões, 29,58% mais que no mesmo período de 2006.

Fonte: Gazeta Mercantil

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