Fundo privado para seguro começa a ganhar forma
Daqui duas semanas, representantes de produtores rurais, seguradoras, empresas e governo federal estarão reunidos para começar a construir um modelo de seguro agrícola financiado por um fundo privado. Na 39ª Expointer, o coordenador do grupo de trabalho criado para estruturar o mecanismo, ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, conversou com líderes do setor para chegar ao formato que solucione um dos principais problemas da produção agrícola brasileira.
A ideia de Paulinelli, hoje presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), é criar uma gestão quadripartite para um fundo destinado a cobrir catástrofes. O modelo, semelhante ao adotado pela Espanha, teria articipação de agricultores, seguradoras, indústrias e governo.
O fundo precisa ser formatado com contribuições de todos os segmentos do agronegócio, não tem como ser diferente aqui no Brasil disse Paulinelli, antecipando que os setores irão se reunir nos próximos dias 16 e 17 de setembro, na capital paulista.
Os recursos do fundo seriam usados para cobrir prejuízos acima de um certo limite entre receitas e despesas das seguradoras, quando tiverem de arcar com seguros muito elevados devido a algum grave problema climático.
O seguro terá de funcionar nas regras do mercado, e não do governo diz Paulinelli.
Hoje, apenas 14% das lavouras brasileiras são cobertas com seguro agrícola. Em outros países, esse percentual é maior nos Estados Unidos, chega perto de 90%, incluindo a garantia da renda, e não apenas dos custos de produção.
O país precisa fugir do modelo de seguro casado com a operação de crédito.
É possível avançar muito mais, já temos bons exemplos em cooperativas exemplifica Otavio Simch, diretor-executivo da Tovese Corretora de Seguros.
Fonte: Zero Hora