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Fundações trocam papelada por programa de ensino

Investir em um programa de educação financeira eficiente em vez de imprimir um calhamaço de papel anualmente para prestar contas aos participantes. A troca é uma das ferramentas usadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) para incentivar fundos de pensão a ensinar finanças aos associados. Em 2009, ano seguinte à criação dos mecanismos de incentivo, oito entidades tiveram o programa de educação financeira aprovado. No ano passado já foram 39.
Em 2012, as entidades de previdência complementar vão deixar de imprimir juntas 1,5 milhão de relatórios, segundo o diretor de assuntos atuariais, contábeis e econômicos da Previc, Edevaldo Fernandes. É o caso da Fundação Cesp, que administra o plano dos funcionários de dez empresas de energia elétrica do Estado de São Paulo, um patrimônio de R$ 20 bilhões.
Os cerca de R$ 150 mil usados para imprimir os balanços anuais da fundação foram revertidos para um programa de educação financeira. São cerca de 1,05 milhão de folhas recheadas de números que deixam de ser impressas. Muitas pessoas sequer entendiam o que estava ali, diz Marcia Locachevic, gerente de comunicação e marketing institucional da Fundação Cesp. Ainda é possível acessar o relatório na internet e, se o programa atender aos objetivos, agora sim compreendê-lo.
O projeto da Fundação Cesp inclui um site, palestras e consultorias individuais. Os temas não se limitam à aposentadoria. Não adianta dar educação previdenciária se não sobra dinheiro para a pessoa investir nela, afirma Marcia Locachevic. O retorno é muito maior do que a liberação de impressão do relatório. Houve um aumento do percentual do salário revertido em contribuição e também mais adesões ao plano de previdência. Hoje 60% dos funcionários das empresas de energia elétrica e seus familiares são participantes. A meta é chegar a 85%.
Outro impacto, segundo Marcia, é sobre a retenção dos participantes, que podem continuar a contribuir ainda que deixem a empresa. A falta de educação previdenciária faz com que o dinheiro da previdência seja usado nesses momentos para trocar de carro ou algo parecido, diz. Agora, quando o participante pede um saque, um consultor financeiro entra em cena.
Para entender a demanda dos associados, a consultoria Towers Watson realizou em julho e agosto do ano passado uma pesquisa com 62 empresas que têm fundo de pensão. Dos 37 mil entrevistados, 40% disseram não ter acesso a ferramentas de planejamento financeiro. Em uma questão aberta, eles apontaram com frequência programas de educação financeira como caminhos para melhorar sua relação com os patrocinadores.
Para que o programa funcione, entretanto, Ednei Delfim, consultor da Towers Watson no Brasil, afirma que as ferramentas devem ser modernas. Palestras descontraídas, vídeos lúdicos e planilhas interativas são boas opções para o cardápio. Cartilha em preto e branco nem pensar.

Fonte: Valor

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