França expulsa 93 ciganos de volta para a Romênia
A França expulsou nesta quinta-feira 93 ciganos de origem romena, que foram levados de volta ao seu país como parte de uma iniciativa do governo de Nicolas Sarkozy classificada como um programa de retorno voluntário. Um voo fretado que partiu de Lyon levou 79 romenos para Bucareste. Em um voo comercial foram levados outros 14 ciganos. Mais um grupo de romenos deve partir de volta para o país na sexta-feira e outros voos estão previstos para o fim do mês.
Embora o governo afirme que eles estão partindo “voluntariamente”, os ciganos foram levados ao aeroporto por carros de polícia. Um forte esquema de segurança também impediu que eles pudessem dar declarações a jornalistas.
Os repatriados receberam 300 euros cada um para deixarem o país e 100 euros para cada criança. Advogados dos romenos afirmam, no entanto, que aqueles que recusaram a proposta do governo foram levados para centros de detenção e em alguns casos acabaram sendo levados para a Romênia sem a ajuda financeira.
Embora a Romênia faça parte da União Europeia, o que dá a seus cidadãos direito de circular livremente pelos países do bloco, a França pode repatriar os ciganos se eles não forem capazes de provar que podem se manter em território francês. Muitos deles são vistos pedindo ajuda em ruas de cidades francesas. Sarkozy já associou-os a criminalidade, afirmando, no mês passado, que os acampamentos de ciganos ilegais seriam esvaziados.
Em menos de um mês, cerca de 50 dos 600 acampamentos que existem no país foram desmantelados. O ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, anunciou que 700 ciganos de origem romena e búlgara deverão deixar a França até o final de agosto.
Há um regime especial regulando o trânsito de cidadãos dos dois países, que entraram na União Europeia em 2007. Eles podem permanecer na França sem justificar qualquer atividade por até três meses. O presidente da Romênia, Traian Basescu, disse nesta quinta-feira que o caso mostra a necessidade de um programa para a integração dos ciganos.
Fonte: O Globo