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Fórum Econômico Mundial melhora avaliação do Brasil

A posição do Brasil no ranking de desenvolvimento financeiro do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), divulgado ontem, melhorou, embora ainda fique atrás de outros países latino-americanos na avaliação dos centros financeiros mais sólidos. O País subiu de 40º para 34º, atrás do Chile, em 32º, e do Panamá, o 29º.
O Reino Unido subiu para a primeira posição do ranking – era o segundo em 2008 -, principalmente por conta da força de suas atividades financeiras bancárias e não-bancárias, enquanto o antigo líder, os Estados Unidos, caiu para o terceiro lugar, superado também pela Austrália. A economia do Reino Unido também foi considerada a mais estável, enquanto o Brasil aparece na 15ª posição nesses levantamentos.
Divulgado anualmente, o estudo avalia 55 economias mundiais desenvolvidas e em desenvolvimento. Alemanha e França deixaram o top 10, completados agora por Cingapura, Hong Kong, Canadá, Suíça, Holanda, Japão e Dinamarca, em ordem crescente.
Embora o Brasil seja um país de economia sólida, segundo o professor Francisco Cassano, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “não necessariamente aponta bons indicadores, mesmo crescendo a bons níveis”. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), para Cassano, é um dos fatores que refletem na opinião dos observadores internacionais.
A estabilidade da economia chilena e o fato, segundo ele, de que ela não depende tanto de recursos governamentais quanto à economia brasileira para manter seu grau de desenvolvimento explica a diferença.
Comparações entre a economia chilena e a brasileira, para o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, não podem ser feitas. “Quanto maior o porte da economia, mais sujeita a instabilidades ela está. O Brasil deve ser comparado com países de seu porte, como o México, Rússia e China.”
Apesar da guinada no ranking, a alta carga tributária é uma das razões para o espanto dos investidores e compromete a solidez da economia, segundo Cassano. De acordo com o especialista, no momento em que o investidor chega ao mercado, atraído pela taxa de câmbio flutuante, ele é obrigado a converter seu dinheiro para reais e a pagar impostos. Ao retirar o lucro obtido e repassá-lo a matriz, novamente paga impostos. “Isso espanta o investidor e afeta a economia.” Elevados encargos trabalhistas e a alta taxa de juros real, para ele, também podem ter sido decisivas na avaliação do Fórum.
Segundo Leite, a percepção sobre a economia brasileira deve continuar melhorando, mas é necessário “dar autonomia operacional formal ao Banco Central” para que instituições e investidores se sintam mais seguros em alocar recursos no país. “Talvez melhore a percepção do sistema, mas também precisamos esperar o tempo passar. A percepção a respeito da economia brasileira está mudando.”
De fato a economia brasileira tem fatores que estimulam essa melhora, segundo Cassano, que aponta a classificação dada pelas agências de classificação de risco JP Morgan, Standard and Poors e Moodys da economia do país como grau de investimento. “Os investidores podem achar o Brasil uma opção muito interessante”.
Escandinávia
O surgimento do Brasil à frente da Suécia e Dinamarca não surpreende Leite. Para ele, a crise internacional envolveu principalmente as maiores instituições internacionais e, logo, as principais economias mundiais. “São economias fortes e estáveis, mas são sede de multinacionais e, portanto, muito mais envolvidas na economia internacional, diferente do Brasil e do México.”
Levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial mostra que o Brasil passou da 40ª para a 34ª posição em ranking de sistemas financeiros mais sólidos do mundo.

Fonte: DCI OnLine

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