FMI projeta expansão maior da América Latina por demanda interna
CINGAPURA – A economia latino-americana deve crescer 4,75% neste ano, acima dos 4,3% anteriormente previstos, graças à forte demanda interna e ao preço elevado das matérias-primas de exportação, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) na quinta-feira. Mas a região, que tem a segunda maior reserva mundial de gás e petróleo, não conseguiu, em sua maior parte, aumentar sua produção ou investimentos, apesar de o preço do petróleo bruto ter dobrado nos últimos dois anos, afirmou o Fundo em seu relatório semestral sobre a economia global.
O Brasil, porém, está aproveitando os benefícios de investimentos de longo prazo da Petrobras, que finalmente fizeram com que o país em 2006 se tornasse auto-suficiente em energia. O PIB brasileiro deve crescer 3,6% neste ano e 4% em 2007, ambas as taxas acima da previsão de abril do Fundo. Já a inflação deve ficar em 4,5% em 2006 e recuar para 4,1% no ano que vem. Há duas semanas, o Banco Central reduziu a taxa Selic em mais 0,5 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano. Foi o décimo corte consecutivo desde setembro de 2005. A meta central de inflação do BC é de 4,5% em 2007 e 2008.
A Argentina deve ter inflação de 12,3% neste ano e de 11,4% em 2007. Já o crescimento deve atingir 8% neste ano e 6% no próximo. O FMI criticou abertamente a Venezuela e o México por suas baixas taxas de investimento no setor energético e por só agora começarem a incentivar a transparência nas empresas. Ambos os países têm empresas estatais de energia e são grandes produtores de petróleo.
A Venezuela, quinto maior fornecedor de petróleo do mundo, deve crescer 7,5% neste ano e 3,7% em 2007. A inflação deve ficar em 12,1% em 2006 e acelerar para 15,4% em 2007. O México deve crescer 4% em 2006 e 3,5% no próximo ano, segundo o FMI. A inflação deve ficar em 3,5% neste ano e em 3,3% em 2007, enquanto o déficit em conta corrente deve cair de 0,1% do PIB, para no ano seguinte subir a 0,2%.
Fonte: Reuters Brasil