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Fevereiro marcou início da queda da inflação, diz presidente do BC

O mês de fevereiro marcou o começo do processo de queda da inflação, avaliou nesta terça-feira (22) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

“Fevereiro representou o início do declínio da inflação em 12 meses”, declarou ele.

No mês passado, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, perdeu força e ficou em 0,9%. Em janeiro, havia registrado alta de 1,27%.

Segundo Tombini, alguns fatores devem manter essa tendência de queda da inflação nos próximos meses, entre eles a expectativa de reajustes menores dos preços administrados (energia elétrica e tarifas públicas), além dos efeitos do fraco nível de atividade da economia brasileira.

Ele apontou ainda a “distensão” no mercado de trabalho, ou seja, a alta do desemprego, e pressões menores do dólar.

Taxa de juros e metas de inflação
De acordo com análise do presidente do Banco Central, o balanço de riscos para inflação “permanece desafiador”.

“Não nos permite trabalhar com hipótese de flexibilização da política monetária [redução da taxa básica de juros no curto prazo], mas o BC não se furtará a tomar medidas, se necessário”, declarou ele.

O principal instrumento da autoridade monetária para controle da inflação é a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano, o maior patamar em quase dez anos. Nos últimos meses, o BC manteve a taxa estável neste patamar, mas economistas estimam que a instituição deverá começar a reduzir os juros ainda neste ano – por conta dos efeitos “desinflacionários” da recessão econômica.
 
Tombini reafirmou que o BC busca circunscrever” a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, à meta deste ano, ou seja, abaixo do teto de 6,5%, e também que quer trazer o índice para a meta central de 4,5% em 2017.

Entretanto, o mercado financeiro não acredita que isso será possível. Para este ano, a previsão dos economistas é de um IPCA de 7,43%, estourando novamente a meta de inflação, e, para 2017, a estimativa do mercado é de 6% – no limite autorizado pelo Conselho Monetário Nacional.

“A expectativa de inflação vai recuar e vamos conseguir passar dentro do regime de metas em 2016 convergindo para 4,5% em 2017. Acreditamos que é possível e factível [ficar abaixo do teto] essa meta de 6,5% neste ano”, declarou Tombini, do Banco Central.

Setor externo
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declarou ainda que a conta de transações correntes (balança comercial, serviços e rendas), um dos principais indicadores do setor externo brasileiro, deve registrar um déficit inferior a US$ 30 bilhões neste ano, contra US$ 58,9 bilhões em 2015.

Com isso, a queda do rombo das contas externas deve ser superior a 50% neste ano. Em 2014, o déficit em conta corrente havia sido maior ainda: US$ 104 bilhões. Até então, o BC vinha estimando um rombo de US$ 41 bilhões nas contas externas para este ano.

De acordo com o Alexandre Tombini, a balança comercial brasileira, um dos componentes das contas externas, deverá ter um superávit (exportações menos importações) acima de US$ 30 bilhões neste ano – contra um resultado positivo de US$ 19,69 bilhões no ano passado. Para o mercado, o superávit comercial deverá somar US$ 42,4 bilhões em 2016.

Fonte: G1

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